Alerta só foi enviado 8 h após início das inundações na Espanha, diz jornal
Chuvas torrenciais atingiram o sul e o leste da Espanha deixando dezenas de mortos e pessoas desaparecidas. O sistema de alerta da cidade de Valência, porém, demorou 8 horas para ser acionado.
O que aconteceu
Primeiros registros de chuva intensa e transbordamento de rios foram pouco antes de 12h (horário local). O sistema de alerta só foi acionado às 20h, conforme informações do jornal espanhol El País.
O alerta do sistema Es-Alert envia uma notificação em massa para a população pelo celular, e foi disparado para a cidade de Valência no início da noite. Nas comarcas de Ribera Alta, Ribera Baixa, Hoya de Buñol e L'Horta Sud, que foram extremamente afetadas pelo desastre natural, o alerta foi lançado após as 21h. Conforme o jornal, nessa hora, muitas pessoas já estavam presas devido à tempestade, havia estradas bloqueadas e casas alagadas.
Responsável pelo alerta alegou que comunicação é feita de forma "escalonada". Após muitas críticas em relação à demora do acionamento do sistema Es-Alert, fontes da Presidência da Generalidade Valenciana disseram ao El País que a coordenação da ação foi feita desde o meio-dia e que a sequência de comunicação de alertas de catástrofes "é feita de forma escalonada, à medida que se obtêm dados concretos".
Primeira publicação da Confederación Hidrográfica del Júcar foi feita no X às 11h50. Nas redes sociais, o serviço de emergências de Valência publicou, durante toda a tarde, informações sobre precipitações acumuladas, alertas para estradas fechadas e avisos sobre o transbordamento de rios.
Durante o dia, empresas alertaram os funcionários e suspenderam turnos de trabalho. Foi o caso da Universidade de Valência e da fábrica da Ford em Almussafes, por exemplo.
Apenas no final da tarde, pouco depois das 16h, o serviço de emergência anunciou no X a convocação do CECOPI (Centro de Coordenação Operacional Integrado, em tradução livre). De acordo com a publicação, esse é o órgão superior de gestão de emergências e é constituído quando uma situação de emergência o justifique.
Um membro da Unidade Valenciana de Emergências disse ao El País que essa era uma ferramenta que permitia a atuação de forma rápida e coordenada. "É melhor ser criticado por alarmismo do que por negligência".
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