"Esses corredores acabaram uma maratona e agora não têm pernas", diz testemunha de explosão
Roupen Bastajian, um policial estadual de Rhode Island, estava recebendo sua medalha de chegada após concluir a Maratona de Boston quando ouviu uma explosão atrás dele. Ele achou que se tratasse de um canhão, algo cerimonial. Ele se virou e viu a segunda explosão, e correu na direção da fumaça branca, na esperança de ajudar quem ele pudesse.
"Eu corri até lá e vi pelo menos 40 pessoas no chão, algumas sem pernas", disse Bastajian, 35. "Está ruim, ruim."
"Esses corredores acabaram de concluir a prova e agora não têm pernas", ele disse. "Muitos deles. Há tantas pessoas sem pernas. Há muito sangue. Sangue por toda parte. Há ossos, fragmentos. É terrível. É como se fosse uma zona de guerra."
Bastajian, que foi sargento do Corpo dos Marines por quatro anos, concluiu a prova em 4 horas, 2 minutos e 42 segundos às 14h43, aproximadamente 7 minutos antes da primeira explosão. Se tivesse sido alguns passos mais lento, ele poderia estar entre as dezenas de vítimas da segunda-feira, quando bombas explodiram na maratona. Em vez disso, ele esteve entre os corredores que trataram de outros corredores, um serviço médico de emergência improvisado composto de atletas exaustos.
"Nós colocamos torniquetes", disse Bastajian. "Eu apertei pelo menos cinco, seis pernas com torniquetes. É horrível."
Bruce Mendelsohn, um profissional de relações públicas, estava em uma celebração em um escritório no terceiro andar de onde ocorreu a explosão. Seu irmão, Aaron, tinha acabado de concluir a corrida pouco antes.
"Houve uma explosão muito alta e, três a cinco segundos depois, houve outra", disse Mendelsohn, 44 anos, um veterano do Exército, que reconheceu imediatamente o barulho por causa de seu treinamento. "Eu corri para fora. Havia manchas de sangue nas ruas e na calçada."
Ele disse que, à primeira vista, parecia haver 10 a 12 vítimas fatais, incluindo "mulheres, crianças e corredores", mas que não sabia dizer ao certo. Os ferimentos, ele disse, pareciam ser na parte inferior do corpo.
"O tipo de coisa que se vê após uma explosão", ele disse.
Mendelsohn, que tentou ajudar as autoridades a estabelecer o cordão de isolamento na área, disse que parecia que a explosão tinha ocorrido em um café próximo do nº 667 da Boylston Street, perto da linha de chegada.
Vídeo mostra momento da explosão na Maratona de Boston
"Isso parece ter sido feito deliberadamente no momento em que os corredores estavam chegando", disse Mendelsohn, que disse que serviu na Coreia do Sul e na Alemanha.
As pessoas tentaram imediatamente evacuar a área. "Todo mundo está seguindo para a ponte da Massachusetts Avenue", ele disse, chamando aquilo de um "êxodo em massa".
Como muitas pessoas de Boston e arredores, Mendelsohn tirou fotos do alto da explosão e as compartilhou pelo Twitter. Uma foto postada mostrava o que parecia ser sangue nas ruas.
Ricky Simms, o agente de Micah Kogo, que ficou em segundo lugar entre os corredores de elite, disse que os corredores de elite já estavam todos sentados para uma refeição quando ouviram o barulho.
"Nós estávamos no salão de jantar", disse Simms. "Nós ouvimos dois barulhos e as pessoas começaram a dizer: 'Foi um trovão?' 'Será que foi algum acidente?' 'Alguma janela caiu de algum prédio?' Ninguém achou que pudesse ser uma explosão."
Dave Watt, diretor executivo da American Running Association, disse que estava no meio da rua, depois da linha de chegada e de frente para ela, tirando fotos dos corredores quando ocorreu a primeira explosão. Uma tenda médica estava próxima.
Trinta segundos após a explosão, médicos e assistentes estavam correndo para o local, ele disse.
"Graças a Deus a tenda médica estava aqui quando aconteceu", disse Watt. "Poderia ter sido muito pior. Como havia médicos correndo ali, eles estavam colocando pessoas em cadeiras de rodas e as transportando dois ou três minutos após a explosão."
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