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Microssapo ameaçado de extinção se reproduz em cativeiro pela 1ª vez

Do UOL, em São Paulo

02/04/2013 20h13

O Projeto de Conservação e Recuperação de Anfíbios do Panamá conseguiu reproduzir em cativeiro, pela primeira vez, o sapo limosa harlequin (Atelopus limosus), um das menores do mundo, com apenas 30mm. Ele é classificado como em risco de extinção por ser encontrado em uma área menor do que 5 mil km2 em florestas do país. O projeto conseguiu nove sapos saudáveis de um acasalamento e ainda tem centenas de girinos de outro par. O grupo tem 55 sapos adultos listrados e 10 de uma cor só.

"Esses sapos representam a última esperança para sua espécie", disse Brian Gratwicke, coordenador internacional para o projeto e um biólogo do Instituto de Conservação Biológica Smithsonian, um dos seis parceiros do projeto. "Esta nova geração é extremamente inspiradora para nós enquanto trabalhamos para conservar e cuidar desta espécie e de outras."

Quase um terço das espécies de anfíbios do mundo estão em risco de extinção. O projeto de resgate tem como objetivo salvar espécies de sapos do Panamá, um dos últimos redutos do mundo em biodiversidade de anfíbios. Apesar de a perda de habitat, alterações climáticas e poluição serem os principais riscos para os anfíbios, uma doença fúngica é apontada como responsável pelo desaparecimento de até 94 de 120 espécies de sapos desde 1980.

O projeto conseguiu reproduzir o sapo limosa listrado, mas teve pouco sucesso com os animais de apenas uma cor. Ele também conseguiu reproduzir outras espécies ameaçadas de extinção como as pererecas coroadas (Anotheca spinosa), os sapos marsupiais com chifres (Gastrotheca cornuta) e o sapo harlequin montanha (A. Certus).

Cada espécie requer criação própria, com características distintas para prosperar e reproduzir. Jorge Guerrel, biólogo conservacionista do Smithsonian, organizou rochas no tanque de criação para criar as cavernas submersas que parecem ser os locais de deposição de ovos preferenciais para sapos limosa. Os girinos da espécie exigem água altamente oxigenada, entre 22 e 24 graus Celsius e alimentam-se de algas de rochas.

Os esforços do projeto estão em estabelecer colônias de garantia e desenvolver metodologias para reduzir o impacto do fungo nos anfíbios para que um dia eles possam ser reintroduzidos à vida selvagem.