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Febre do ouro acelera desmatamento na América Latina, revela estudo

Em Paris

15/01/2015 14h37

A proliferação das minas de ouro, às vezes ilegais, observada nos últimos anos em várias regiões da América Latina acelera o desmatamento, ameaça a biodiversidade dessas áreas e contribui para a emissão de gases causadores do efeito estufa - alerta estudo publicado nesta quarta-feira (14).

"A febre do ouro mundial conduziu a um aumento significativo do desflorestamento das selvas tropicais na América do Sul", escrevem os autores do estudo publicado na revista "Environnemental Research Letters".

Entre 2001 e 2013, pelo menos 1.680 km² de florestas tropicais foram derrubados para a exploração das minas de ouro, relatam os especialistas.

Isso representa uma pequena parte dos milhões de quilômetros quadrados de floresta tropical de todo o planeta, mas a riqueza biológica das áreas exploradas pelos garimpeiros é excepcional.

"Embora a perda das florestas, devido à exploração das minas, seja menos importante do que o desmatamento causado pela agricultura, acontece nas regiões tropicais com a biodiversidade mais rica", destaca Nora Alvarez-Berrios, uma das autoras do estudo.

Na região de Madres de Dios, no Peru, por exemplo, um hectare de selva pode conter "até 300 espécies de árvores", explica a pesquisadora da Universidade de Porto Rico.

O agravante é que 90% da destruição detectada desde 2001 ocorre em apenas quatro regiões que fazem ecossistemas e, com frequência, perto de zonas protegidas.