Chamado de mentiroso, Bolsonaro diz que Macron potencializa ódio ao Brasil
O presidente Jair Bolsonaro (PSL) voltou a falar do presidente da França, Emmanuel Macron, após o francês dizer que o político brasileiro "mentiu" sobre seus compromissos com o meio ambiente.
"Lamento a posição de um chefe de Estado, como o da França, se dirigir ao PR brasileiro como 'mentiroso'. Não somos nós que divulgamos fotos do século passado para potencializar o ódio contra o Brasil por mera vaidade. Nosso país, verde e amarelo, mora no coração de todo o mundo", escreveu Bolsonaro no Twitter.
"Como chefe de uma das maiores democracias do mundo, desejo ao povo francês paz e felicidades!", acrescentou.
Hoje mais cedo, Macron anunciou que, sob as condições envolvendo o meio ambiente, a França se opõe ao acordo de livre comércio entre União Europeia e o Mercosul. "Dada a atitude do Brasil nas últimas semanas, o presidente da República só pode constatar que o presidente Bolsonaro mentiu para ele na cúpula (do G20) de Osaka", declarou o palácio do Eliseu, sede do governo francês, estimando que "o presidente Bolsonaro decidiu não respeitar seus compromissos climáticos nem se comprometer com a biodiversidade".
Ontem, Macron criticou as queimadas na Amazônia e pediu para que o assunto seja debatido durante a cúpula do G7. O próximo encontro do grupo, que reúne Estados Unidos, Reino Unido, França, Alemanha, Itália, Canadá e Japão, será realizado neste fim de semana, em Biarritz (França). Bolsonaro rebateu e escreveu que a sugestão do francês, de discutir assuntos ligados à floresta no encontro do G7, "evoca mentalidade colonialista".
Meio ambiente foi peça-chave em acordo
A preservação do meio ambiente no Brasil foi a principal garantia exigida pelo governo francês quando da assinatura do acordo comercial, no final de junho. "O presidente Bolsonaro me confirmou o seu compromisso, ao contrário das preocupações que se podia ter, com o Acordo de Paris e a luta pela biodiversidade", disse Macron na cúpula do G20 em Osaka, dias após o anúncio oficial do acordo.
Agricultores, ambientalistas e políticos locais vêm fazendo oposição ao acordo. Segundo eles, o Brasil não cumpre as mesmas exigências sanitárias, trabalhistas e ambientais impostas a produtores da Europa e, por isso, os produtos sul-americanos têm preços "incomparáveis" aos dos europeus.
(*Com informações da AFP)
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