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Golfinho é 1º mamífero atingido por óleo a surgir morto em praia de Alagoas

13.out.2019 - Golfinho é encontrado morto em praia no município de Feliz Deserto, no litoral sul de Alagoas  - Instituto Biota
13.out.2019 - Golfinho é encontrado morto em praia no município de Feliz Deserto, no litoral sul de Alagoas Imagem: Instituto Biota

Carlos Madeiro

Colaboração para o UOL, em Maceió

13/10/2019 11h09Atualizada em 14/10/2019 07h46

Resumo da notícia

  • Corpo de golfinho afetado por óleo é encontrado em praia de Alagoas
  • Manchas do material têm se espalhado pelo litoral de todos os estados do Nordeste
  • Ainda não se sabe a causa nem a origem do vazamento

Um golfinho com manchas de óleo foi achado morto hoje no município de Feliz Deserto, no litoral sul de Alagoas. A informação é do Instituto Biota de Conservação, que está fazendo o recolhimento do animal para necropsia.

Foi o primeiro mamífero a surgir morto desde a aparição das manchas de óleo no Nordeste, no início de setembro. Segundo relatório do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Renováveis), 13 tartarugas e uma ave já morreram oleadas no litoral nordestino até ontem.

O Instituto Biota informou no fim de tarde que o golfinho tinha 1,79 m de comprimento e apresentava três manchas de óleo externamente, mas sem presença delas "na cavidade oral, trato digestivo ou respiratório".

Segundo o coordenador do instituto, Bruno Stefanis, ainda não dá para saber a causa da morte do golfinho. "Somente com a necropsia podemos saber, se ela for conclusiva", afirma.

"O animal apresentava marcas de corda no rostro e flanco, além de alterações no trato respiratório, compatíveis com o quadro de afogamento, o que indica que o animal veio a óbito possívelmente por interação com pesca", disse.

O professor Cláudio Sampaio, da Ufal (Universidade Federal de Alagoas), diz que, pela foto, se trata de um boto cinza, mas confirma que somente uma necropsia poderá afirmar se há relação do óleo com a morte.

"Aparentemente estava em boas condições físicas, sem sinais de baixo peso, por exemplo. Como a carcaça está fresca, será possível inferir se o animal morreu por conta do óleo ou ficou sujo depois de sua morte."

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Também ontem, novas manchas de óleo apareceram no litoral sul do estado, na Barra de São Miguel, o que levantou a suspeita de que o vazamento permanece ativo em algum local no mar.

"A situação é complexa, o governo pouco informa, dificultando os trabalhos de limpeza das praias petrolizadas e a prevenção de outras. A chegada de novas manchas hoje pode sugerir um outro vazamento de petróleo, mas somente a análise desse material poderá indicar que seja de um petróleo distinto daquele que já chegou às praias", disse Sampaio.

Segundo o Ibama, até ontem foram 161 praias atingidas em 72 municípios dos nove estados da região.

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