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'Que o Brasil mostre evidências de que óleo é nosso', diz dona de navio

O navio Bouboulina, investigado pelo derramamento de óleo nas praias do Nordeste - C. Plague/Fleetmoon
O navio Bouboulina, investigado pelo derramamento de óleo nas praias do Nordeste Imagem: C. Plague/Fleetmoon

Bruno Aragaki

Do UOL, em São Paulo

04/11/2019 17h10

Resumo da notícia

  • Governo brasileiro diz que navio grego é suspeito de ter vazado óleo
  • Dona do navio diz que documentos provam o contrário
  • Empresa diz também que não foi contatada pelo Brasil

A Delta Tankers, dona do navio grego suspeito de ser a fonte do maior desastre ambiental da história do Nordeste, afirmou que ainda espera que o Brasil mostre evidências de que o óleo é deles.

Ao UOL, um representante da armadora disse nesta tarde que "só soube do caso, até agora, pela mídia". "Adoraríamos auxiliar o governo brasileiro nessa investigação, mas não fomos contatados ainda", afirmou Mark Clark, porta-voz da empresa.

"Oficialmente, não temos conhecimento da investigação do suposto envolvimento do navio no vazamento de óleo", disse a empresa, proprietária do navio petroleiro Bouboulina, apontado na última semana pelo governo brasileiro como principal suspeito por ter derramado óleo.

"Não temos conhecimento de nenhum incidente envolvendo nosso navio na costa do Brasil", afirmou o representante.

Um comunicado publicado no site da empresa afirma também que foram realizadas "buscas de materiais das câmeras e dos sensores", e que não há provas de que o navio tenha parado, desacelerado ou derramado óleo enquanto navegava pela costa brasileira.

PF diz que acionou a Interpol

Na última semana, a Polícia Federal afirmou que as investigações apontavam o navio Bouboulina como responsável pelo vazamento após cruzar imagens de satélites com dados de navegação.

"Temos imagens que mostram que no dia 28 [de julho] não tinha a mancha, e no dia 29 havia. Então ela surgiu nesse período", disse semana passada o delegado federal Agostinho Cascardo, um dos responsáveis pela investigação no Rio Grande do Norte.

No dia 29, o navio passava a 700 quilômetros da costa da Paraíba. A embarcação carregou óleo na Venezuela e se dirigia rumo à Ásia.

"Todo navio foi descarregado no destino final, sem nenhuma perda", diz comunicado publicado no site da empresa no último sábado (2).