ES aciona plano para conter óleo e proteger parque de desova de tartarugas
Resumo da notícia
- Estado se preocupa com a iminente chegada do óleo a praias
- Marés têm trazido material tóxico mais para o sul da Bahia, limite com o Espírito Santo
- Comitê foi criado para treinar equipes para limpeza
O Espírito Santo montou uma operação com 13 órgãos para minimizar os impactos da provável chegada do óleo que atinge o Nordeste desde o final de agosto. Hoje, manchas chegaram a Mucuri, divisa da Bahia com o Espírito Santo. Por conta da rota ao sul que o óleo tem tomado, resíduos são esperados na região Sudeste a qualquer momento.
Foi montado então no estado o Comitê de Preparação da Crise, que informou ao UOL que técnicos "já estão monitorando, de forma permanente, as praias do litoral norte do estado". Um plano de atuação para a chegada de óleo está sendo debatido desde o início de outubro.
O plano foi acionado com a chegada de vestígios do óleo ao "ponto de alerta": as praias de Caravelas (BA), em 1º de novembro. "O Comitê de Preparação da Crise iniciou o processo de mobilização das equipes para limpeza das praias e para as ações de contenção preservando os estuários e os manguezais. As equipes foram treinadas e estão prontas para atuarem no litoral norte, aguardando a chegada do óleo", disse o comitê.
O óleo no Espírito Santo deve atingir primeiramente as praias do Parque Estadual de Itaúnas. Criado em 1991, tem 3.800 hectares e fica no município de Conceição da Barra.
Lá foram registradas mais de 414 diferentes espécies vegetais, 43 de mamíferos, 183 de aves, 32 de répteis, 29 de anfíbios e 101 de peixes. O local abriga 23 sítios arqueológicos, locais de concentração de vestígios de assentamentos humanos pré-históricos, como pedras lascadas, cerâmica indígena e diversos artefatos da época da colonização. Tudo isso caracteriza a singularidade e importância da unidade.
"Por se tratar de uma área de desova de tartarugas marinhas, todo o trato de manejo desta fauna será feito de forma manual, sem a presença de máquinas pesadas como tratores, caçambas ou escavadeiras, para não danificar os ninhos das tartarugas."
Outra preocupação é a proteção das áreas de manguezais. "Não foi possível estabelecer, até o momento, medidas totalmente eficazes para a proteção dos estuários. Porém, com as experiências das ações dos voluntários e especialistas na Bahia, de instalação de redes de pesca de malha fina, utilizada no arrasto do camarão, a aquisição deste material não está descartado, visando diminuir os impactos ambientais", disse.
Para atuar na costa, as Forças Armadas informaram que aguardam solicitação formal da Defesa Civil para atuar na região com 280 soldados. O Corpo de Bombeiros também disponibilizou 120 militares.
Como atuar em locais de difícil acesso
Segundo o governo, foram realizadas capacitações nos municípios de Conceição da Barra, São Mateus, Linhares, Aracruz, Fundão, Serra, Vitória e Vila Velha.
"Servidores de várias áreas como Defesa Civil, meio ambiente, serviços urbanos e logística [se capacitaram] para alinhar conhecimentos diversos, que vão desde procedimentos para interdição das praias, de comunicação preventiva aos banhistas sobre possíveis contaminações, da organização das pessoas que irão combater o óleo, da identificação dos técnicos e voluntários, no uso dos materiais e equipamento de proteção individual, até os primeiros desenhos de operação e comando, definindo os pontos de atuação das brigadas", informa a Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Recursos Hídricos.
Ainda segundo o governo, com as capacitações foi possível entender as peculiaridades das praias e "de como atuar em ambientes de difícil acesso, gerando o menor impacto ambiental possível".
"Foram mapeadas as dificuldades em praias mais isoladas ou de trânsito restrito, por exemplo. O grau de sensibilidade e as prioridades de ação também foram explanados, dando ênfase aos manguezais, que são áreas extremamente sensíveis a esse tipo de resíduo. Todas as informações estão alinhadas com as diretrizes estabelecidas no plano de ação", afirma.
Equipamentos de proteção individual já estão sendo doados por empresas "e serão encaminhados para os locais onde possivelmente haverá os primeiros impactos". Barris e recipientes para contenção dos resíduos coletados também estão sendo destinados para as áreas.
Quando o óleo chegar, segundo o governo estadual, o comando das ações passa a ser de competência da Marinha e do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Renováveis).
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