Rodovias e agropecuária colocam Pará no topo do desmatamento da Amazônia
Resumo da notícia
- Pará lidera desmatamento na Amazônia pelo 14º ano seguido
- Dados mostram que devastação no estado representa 40% da destruição na região
- Rodovias, agropecuária e migração impulsionam desmatamento no Pará
Os dados do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) sobre o desmatamento na Amazônia divulgados hoje dão ao Pará o incômodo título de líder da devastação pelo 14º ano seguido. Em setembro, o UOL mostrou por que o estado está desde 2006 no topo da lista da destruição da floresta.
A liderança é mantida mesmo com uma redução da taxa anual de desflorestamento na comparação com 15 anos atrás. O pior ano da série para o estado foi 2004, quando as áreas desmatadas somaram 8.870 km², o equivalente a 32% do total devastado na Amazônia na época.
Em 2019, o desmatamento no território paraense atingiu 3.862 km², o que representa 40% dos 9.762 km² devastados em toda a Amazônia Legal. Foi o índice mais alto do estado desde 2010.
Do ano passado para este, a destruição florestal cresceu 41% no Pará, acima da média de 30% verificada em toda a região amazônica.
Os motivos do desmatamento
De acordo com especialistas ouvidos pelo UOL, a consolidação das rodovias, a migração impulsionada por projetos como o da usina hidrelétrica de Belo Monte, a expansão da agropecuária e a larga extensão do território explicam a devastação da floresta no estado.
O governo do Pará aponta as estradas como "importantes vetores do desmatamento", especialmente a BR-163 e a Transamazônica, e diz que o desmatamento pode ser atribuído a fatores econômicos e políticos. "O estado do Pará, como uma das fronteiras econômicas mais dinâmicas da Amazônia legal, é suscetível às oscilações de mercado e mudanças no contexto político, processos esses que são acompanhados por externalidades, como migrações, aquecimento do mercado de terras e expansão de atividades agropecuárias."
Leia a reportagem anterior do UOL sobre o tema aqui.
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