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Jane Goodall: Não vou deixar que homens como Trump e Bolsonaro me calem

Na entrevista, Jane Goodall relacionou a pobreza e pandemia do novo coronavírus ao desmatamento - Jamie McCarthy/Getty Images
Na entrevista, Jane Goodall relacionou a pobreza e pandemia do novo coronavírus ao desmatamento Imagem: Jamie McCarthy/Getty Images

Do UOL, em São Paulo

23/06/2020 08h54Atualizada em 23/06/2020 10h57

A ativista ambiental inglesa Jane Goodall disse em entrevista publicada ontem no site do El País Brasil que não deixará que "sujeitos como Donald Trump e os Bolsonaros [referência ao presidente brasileiro e seus filhos] me atinjam e me façam me calar".

"Você precisa se preocupar com as futuras gerações, ao menos deve tentar. Não vou deixar que sujeitos como Donald Trump e os Bolsonaros me atinjam e me façam me calar. Não, vou me levantar de novo. Morrerei lutando, porque é a única coisa que posso fazer", afirmou a britânica.

Conhecida por seu trabalho de estudo da vida social e defesa dos chimpanzés na África, a antropóloga relacionou a pandemia do novo coronavírus com o desmatamento e a falta de respeito com a natureza.

"O problema não é só não respeitarmos o meio ambiente, mas sim não respeitarmos os animais: os caçamos, os matamos, os comemos, os traficamos", disse.

"Muitos acabam em mercados de animais vivos na Ásia, onde essas diferentes espécies estão juntas em situações estressantes e anti-higiênicas, porque costumam matá-las nesse mesmo lugar, e desta maneira o comprador e o vendedor podem chegar a ser contaminado", afirmou.

Para a ativista, é importante que mudemos a forma como consumimos a carne animal e o jeito como os tratamos.

"É muito importante percebermos que cada animal, tanto os que estão nos mercados de carne como os que estão nas fazendas-fábricas, nessas condições espantosas, tem uma personalidade", afirmou.

Goodall também relacionou a importância do combate à pobreza com a defesa do meio ambiente pois "se você for realmente pobre, destruirá a última árvore, pescará o último peixe e disparará no último chimpanzé só para sobreviver".

"À medida que ajudemos a encontrar outras formas de viver que não sejam destruir o meio ambiente, as florestas que se foram voltarão, e haverá mais esperança, muitos animais à beira da extinção terão uma nova chance", disse.