Mourão diz que Alexandre de Moraes deve ter 'indícios fortes' contra Salles
O vice-presidente Hamilton Mourão declarou hoje que o ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), deve ter "indícios fortes" para ter autorizado a Operação Akuandaba, que teve Ricardo Salles, ministro do Meio Ambiente, como um dos alvos.
"Toda história tem dois lados, por isso tem que fazer uma investigação policial, não pode condenar a priori. O ministro Alexandre de Moraes, do STF, ao autorizar provavelmente reconheceu que existem indícios fortes, se não, não teria autorizado", afirmou Mourão.
A Operação Akuandaba, da PF (Polícia Federal), foi autorizada ontem por Moraes com o objetivo de apurar crimes contra a administração pública praticados por agentes públicos e empresários do ramo madeireiro.
Moraes determinou mandados de busca e apreensão nos endereços residenciais de Salles em São Paulo, no endereço funcional em Brasília e no gabinete montado no Pará. O ministro do STF ainda ordenou a quebra dos sigilos bancário e fiscal de Salles e de servidores do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis).
Segundo informações da PF, "as investigações foram iniciadas em janeiro deste ano a partir de informações obtidas junto a autoridades estrangeiras noticiando possível desvio de conduta de servidores públicos brasileiros no processo de exportação de madeira".
Salles se defende
Ainda ontem, o ministro Ricardo Salles se defendeu das acusações e afirmou que a operação foi "desnecessária".
"A Polícia Federal foi ao Ministério do Meio Ambiente. Eu fui lá, encontrei o delegado e soube que também estiveram em outros locais. Essas medidas são desnecessárias, na medida que o Ministério e todos os funcionários poderiam ter ido, se chamados, para a PF", disse o ministro do Meio Ambiente.
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