Advogado de Salles aciona a OAB para ter acesso a dados de operação
A defesa de Ricardo Salles entrou com um pedido de assistência à OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) federal para ter acesso imediato aos autos do processo que levou, na semana passada, à operação de busca e apreensão contra o ministro do Meio Ambiente.
"Para que a defesa possa encaminhar esclarecimentos ao Supremo, ao Ministério Público e mesmo aos jornalistas, é necessário que se garanta imediato acesso aos advogados", explicou o advogado do político, Fernando Augusto Fernandes.
No pedido, endereçado ao presidente da Ordem, Felipe Santa Cruz, a defesa afirma que está tendo seu direito aos autos da petição de nº 8975, sob relatoria do ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), violado desde quando ocorreu a operação Akuanduba.
"Ocorre que, sete dias já se passaram desde a realização da medida de busca e apreensão e, mesmo requerimentos reiterando a necessidade de acesso, não foi franqueado vista dos autos ao advogado requerente", diz o pedido de assistência.
Fernando Fernandes também alega que o artigo de nº 133 da Constituição "aponta a indispensabilidade da advocacia à administração da Justiça" e que a medida busca preservar o direito à ampla defesa, "mas que evidentemente encontram-se sob ameaça naqueles autos".
Em um ofício enviado ao ministro Alexandre de Moraes na última quarta-feira (19), o advogado de Salles pediu que os documentos do processo fossem encaminhados à defesa em até 72 horas, o que não ocorreu.
Hoje, o jornal O Globo informou que um relatório do Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) apontou como suspeita uma operação de R$ 1,8 milhão feita pelo escritório do ministro Ricardo Salles. A defesa também não teve acesso ao documento.
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