Desmatamento e crimes ambientais na Amazônia são fragilidades, diz ministro
O ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite, afirmou que o desmatamento e os crimes ambientes na Amazônia são fragilidades do Brasil em relação a questões ambientais. Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, ainda disse que o país precisa continuar atuando de forma contundente em relação ao tema.
O tom adotado por Joaquim Leite contrasta o do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), que na semana passada questionou notícias veiculadas no passado sobre o desmatamento na Amazônia e mentiu ao afirmar que a "Amazônia não pega fogo".
"O Brasil precisa continuar atuando contundente para resolver suas fragilidades, especialmente o desmatamento ilegal. Nossa matriz energética não é um problema, nossa agricultura também não, nem o metano. Nossa fragilidade é o desmatamento e crimes ambientais na Amazônia", disse Leite.
Apesar da postura de Bolsonaro tentando tirar peso das críticas internacionais em relação à política ambiental do governo, o ministro diz que o presidente se preocupa com o desmatamento.
"O presidente deixou clara a preocupação com o desmatamento e desde que eu assumi o Ministério a gente vem integrando operação com o Ministério da Justiça para combater o desmatamento ilegal e os incêndios. Essa é uma ação", disse.
Segundo Leite, Bolsonaro entendeu que o meio ambiente é "oportunidade de geração de emprego verde".
Em live da última semana, o presidente da República admitiu em live que tem desmatamento e queimada ilegal na Amazônia. "Mas não na proporção que dizem aí", tentou minimizar.
Há uma semana, em Dubai, ele já havia distorcido dados ao dizer que mais de 90% da Amazônia está intocada. Porém, segundo estimativa do Instituto Brasileiro de Florestas, a devastação já atingiu cerca de 16% do bioma.
Segundo o Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), a devastação na Amazônia atingiu a marca de 13.235 km² entre 1º de agosto de 2020 e 31 julho de 2021 — alta de 21,97% em relação aos 12 meses anteriores.
Segundo o Observatório do Clima, este é o maior índice registrado em 15 anos, desde 2006, e a terceira alta consecutiva desde o início do governo Bolsonaro. É também a primeira vez desde 1988, ano de início das medições, em que o desmatamento sobe por quatro anos seguidos.
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