Mídia europeia e ONGs criticam desmatamento: Brasil que Bolsonaro esconde
A alta de 22% no desmatamento da Amazônia no último ano, divulgada ontem por uma pesquisa do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), se tornou um dos principais assuntos do dia na imprensa europeia e em ONGs (Organizações Não Governamentais) de preservação ambiental. Na repercussão, o consenso é o tom crítico contra o governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido).
O site internacional ONG WWF (World Wide Fund for Nature) destacou a fala do diretor executivo da filial brasileira, Mauricio Voivodic, sobre o desmatamento: "Esse é o Brasil real que o governo Bolsonaro está tentando esconder com discursos extravagantes e ações de greenwashing no exterior".
Greenwashing é um termo usado para expressar uma espécie de propaganda enganosa para convencer que uma empresa, ou nesse caso um país, prioriza boas práticas de preservação ambiental.
"A destruição da Amazônia acelera" é manchete do jornal francês Le Monde, que afirmou que "nada parece pausar o desmatamento no Brasil". Além disso, a matéria disse que Bolsonaro é alvo de inúmeras críticas internacionais por ter enfraquecido a proteção dos ecossistemas amazônicos e defendido atividades ilegais nas reservas florestais.
Greenpeace, outra ONG de ativismo ambiental, reforçou a culpa do governo Bolsonaro e falou sobre o vexame internacional do Brasil na COP26 (26ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas).
Em média, nos últimos três anos [do Brasil] sob Bolsonaro houve um aumento de 52,9% em comparação com os três anos anteriores (2016-2018). O anúncio [do aumento de desmatamento na Amazônia] vem uma semana após a COP26, onde o governo brasileiro tentou limpar sua imagem, assinando compromissos e anunciando metas pouco ambiciosas".
Greenpeace
A Mongabay, ONG de conservação ambiental e ciência, também criticou o líder brasileiro: "A aceleração [de desmatamento na Amazônia] foi particularmente acentuada sob a presidência de Jair Bolsonaro, que fez campanha para a ideia de abrir vastas extensões de floresta para madeireiros, mineiros, fazendeiros e agricultura industrial".
O jornal britânico The Guardian ecoou uma posição semelhante sobre o dado do Inpe e ressaltou que na COP26 a delegação do Brasil antecipou em dois anos - de 2030 para 2028 - o limite para eliminar a destruição da Amazônia.
As árvores da maior floresta tropical do mundo absorvem vastas quantidades de dióxido de carbono que poderiam esquentar ainda mais o planeta. Muitos cientistas advertem que se a devastação continuar, pode-se chegar em uma situação irreversível, transformando o local em uma savana".
The Guardian
"O Brasil passou de aluno exemplar a vilão ambiental em poucos anos", disse o jornal espanhol El País. "O governo Bolsonaro insiste em proclamar que não vai tolerar atividades ilegais na Amazônia, mas basta ir até lá para ser testemunha da velocidade em que avança o desmatamento, a ocupação de terras para a criação de gado e as invasões de mineiros em reservas indígenas", afirmou.
O UOL procurou a Secom (Secretaria Especial de Comunicação Social) e o Ministério do Meio Ambiente e aguarda resposta.
*Com informações da RFI
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