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'Estava de férias', diz Pontes sobre divulgação de dados do desmatamento

O ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, Marcos Pontes - Marcelo Camargo - 4.dez.19/Agência Brasil
O ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, Marcos Pontes Imagem: Marcelo Camargo - 4.dez.19/Agência Brasil

Do UOL, em São Paulo

24/11/2021 22h30

O ministro da Ciência, Tecnologia e Inovações, Marcos Pontes, negou hoje que tenha escondido os dados do desmatamento na Amazônia, divulgados na última quinta-feira (18). Os números que mostram o aumento da destruição da região foram revelados cinco dias após a conclusão da COP26, a conferência internacional sobre o clima realizada em Glasgow, na Escócia.

"Eu gostaria de ter participado, eu estava de férias, mas eu gostaria de ter participado quando foi apresentado, como costumo fazer junto com o ministro do Meio Ambiente", disse o ministro à TV Globo na Câmara dos Deputados.

Segundo Marcos Pontes, foi por isso que ele não participou da decisão sobre a data de divulgação. Para o ministro, a demora na publicação é normal devido a um "trâmite interno".

"Diga-se de passagem, o Prodes, o previsto é ele ser divulgado até dezembro. Se você olhar no próprio site do Prodes você vai ver isso lá. Do meu ponto de vista não tem relação com a COP", afirmou.

Na última segunda-feira (22) o ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite, também disse não ter omitido aos dados. No entanto, segundo reportagem da Folha de S.Paulo, o Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) concluiu o levantamento em 27 de outubro e inseriu o relatório no sistema eletrônico de informações do governo federal no mesmo dia, sendo divulgado apenas em 18 de novembro.

Desmatamento recorde em 15 anos

O relatório mostrou uma alta de 21,97% na comparação com o ano anterior, atingindo a marca de 13.235 km² quadrados entre 1º de agosto de 2020 e 31 julho de 2021. De acordo com o Observatório do Clima, este é o maior índice registrado desde 2006, quando o levantamento aprontou 14.286 km² destruídos.

Além disso, a alta é a terceira consecutiva desde o início do governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido). É, também, a primeira vez desde 1988, ano de início das medições, em que a devastação sobe por quatro anos seguidos.

O número alto, no entanto, ainda pode aumentar. Isso porque os valores apresentados são uma estimativa da taxa de desmatamento do 2021 e o valor consolidado será apresentado no primeiro semestre de 2022.