MPF quer libertar girafas de resort após indícios de maus-tratos
O MPF (Ministério Público Federal) notificou o Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) a começar imediatamente os procedimentos necessários à devolução de 15 girafas para a vida livre. Três dos 18 desses animais trazidos da África do Sul para o Brasil pelo BioParque (Zoológico do Rio de Janeiro) morreram.
Na decisão, o MPF recomenda a um departamento do Ibama que todas as importações pendentes de animais de fauna exótica sejam suspensas até que os protocolos de admissão sejam revisados.
O caso das girafas trazidas para o Brasil é apurado para verificar se houve maus-tratos e se as condições da importação eram legais. Assim que foram trazidas, todas as girafas ficaram presas em um local cercado no Hotel Resort Safari Portobello, em Mangaratiba (RJ).
Três morreram após fugir, enquanto as outras 15 estão presas no local desde novembro de 2021. Segundo o MPF, os animais estão confinados em baias de 30 metros quadrados.
Fiscais do Ibama disseram que "a fuga, seguida de morte, desnudou a imperícia na construção do recinto [onde se encontram presas, em Mangaratiba] e demonstrou que aqueles que pretendem contribuir com a conservação da espécie não possuem a competência sequer de conseguirem conter adequadamente e em segurança os animais".
O MPF notificou o BioParque a declarar a data de início e previsão de conclusão de obras do local onde estão acomodadas as girafas, para garantir o bem-estar dos animais. O parque tem 48 horas para responder.
Técnicos do Ibama e agentes da Polícia Federal (PF) foram ao hotel em 26 de janeiro e, segundo o MPF, "constataram a ocorrência do crime de maus-tratos contra os animais".
O BioParque foi multado e sofreu um embargo do Ibama, que proíbe o zoológico de receber novos animais até que recebam uma aprovação do órgão ambiental competente.
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