Feliciano afirma que não vai renunciar apesar de pressão
Alvo de críticas e protestos, o pastor e deputado federal Marco Feliciano (PSC-SP) disse em entrevista na manhã desta quinta-feira (21) para a Rádio Estadão que não vai renunciar da presidência da Comissão dos Direitos Humanos na Câmara dos Deputados. “Não pretendo renunciar. Fui eleito com mais de 200 mil votos”, declarou.
Em entrevista hoje, o presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), afirmou que a situação da comissão se tornou insustentável e que pretende resolver o impasse até a próxima terça (26). Alves já havia prometido resolver ontem a situação, o que não ocorreu.
Feliciano afirmou ainda que não abandonou a sessão que presidia na quarta (20) por conta da "pressão". Ele disse que é praxe na Câmara dos Deputados, durante audiência pública, que o presidente dê início à audiência, passando então a palavra para o requeredor da sessão. "Isso é natural. A imprensa mais uma vez foi sensacionalista", falou. "Disse que estava fugindo e não foi o que aconteceu."
Para o deputado, a pressão existe, mas é inadmissível partir para a violência e tumultuar é inadmissível. "Represento 50 milhões de evangélicos diretamente", afirmou.
Feliciano está sendo questionado por entidade de direitos humanos por supostas declarações racistas e homofóbicas. Ele afirmou que os africanos são descendentes de um "ancestral amaldiçoado por Noé" e criticou as relações entre pessoas do mesmo sexo, dizendo que "vivemos numa ditadura gay".
Na entrevista, o pastor ainda foi questionado sobre um processo que responde por estelionato no STF (Superior Tribunal Federal), por ter recebido R$ 13 mil mesmo sem comparecer a um show evangélico no Rio Grande do Sul.
Feliciano disse que não foi ao show porque adoeceu, porém depositou o valor, com juros, em juízo. "Minha equipe ligou, e eles disseram que iam remarcar o evento. Ficamos aguardando remarcar e o evento não foi remarcado. Quando tentamos entrar em contato, já haviam feito um processo gigantesco, quase uma extorsão, pedindo R$ 1 milhão", disse.
O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, entende que é inadequado o deputado pastor Marco Feliciano (PSC-SP) presidir a Comissão de Direitos Humanos da Câmara. "Eu acho que não há nenhuma dúvida de que não é uma indicação adequada", disse Gurgel.
Na avaliação de Gurgel, o pastor não é a pessoa "mais vocacionada" para a presidência da Comissão. "É algo que se insere no âmbito do Congresso Nacional, mas que, com toda a evidência, não se trata de uma indicação adequada", disse o procurador-geral. "Acho que o próprio partido deve perceber que há pessoas mais vocacionadas para esse trabalho."
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