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"Todas as dúvidas foram esclarecidas", diz tesoureiro do PT

O tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, ao chegar à Superintendência Regional da Polícia Federal (PF) na Lapa - Felipe Rau/Estadão Conteúdo
O tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, ao chegar à Superintendência Regional da Polícia Federal (PF) na Lapa Imagem: Felipe Rau/Estadão Conteúdo

Do UOL, em Brasília

05/02/2015 15h36Atualizada em 05/02/2015 16h29

O tesoureiro nacional do PT, João Vaccari Neto, disse estar tranquilo após deixar, no início da tarde desta quinta-feira (5), o prédio da Superintendência Regional da Polícia Federal na Lapa, em São Paulo. Vaccari Neto foi conduzido pela PF ao local durante a nona fase da operação Lava Jato, que investiga desvio de recursos públicos da Petrobras por meio de licitações fraudulentas. Segundo nota divulgada pelo PT, todas as perguntas feitas pela PF foram respondidas.

“Todas as perguntas feitas pelo delegado foram esclarecidas. Respondi a tudo com transparência, lisura e total tranquilidade”, disse Vaccari, ainda segundo a nota divulgada pelo PT.

Vaccari Neto deixou por volta do 12h30 a sede da PF após prestar depoimento de cerca de três horas. Segundo a agência Estadão Conteúdo, após deixar o prédio, com seu advogado, por uma porta lateral, pegou um taxi. Vaccari ignorou o pedido dos jornalistas para que desse alguma declaração e, de dentro do carro, tentou evitar ser filmado por uma equipe de reportagem.

O advogado de Vaccari, Luiz Flávio Borges D’Urso, disse, em nota enviada à imprensa, que ele "há muito ansiava pela oportunidade de prestar os esclarecimentos". Segundo o defensor, o "PT não tem caixa dois, nem conta no exterior, que não recebe doações em dinheiro e somente recebe contribuições legais ao partido, em absoluta conformidade com a Lei, sempre prestando as respectivas contas às autoridades competentes".

D'Urso criticou ainda o mandado de condução coercitiva da PF. "Sua defesa registra ainda, que o sr. Vaccari permanece à disposição das autoridades, para prestar todos e quaisquer esclarecimentos, e que sua condução coercitiva, desta data, entendeu-se desnecessária, pois bastaria intimá-lo, que o Sr. Vaccari comparece e presta todas as informações solicitadas, colaborando com as investigações da operação 'Lava Jato', como sempre o fez."

Vaccari Neto foi apontado pelo ex-diretor da Petrobras, Pedro Barusco, como um dos operadores do esquema que desviou recursos públicos da Petrobras e os redirecionou a partidos e políticos. Segundo Barusco, o PT teria recebido pelo menos US$ 200 milhões em propinas.

Nesta quinta-feira, a nona fase da operação Lava Jato foi deflagrada. Ao total, 62 mandados de prisão, busca e apreensão e condução coercitiva foram expedidos. A operação aconteceu em quatro Estados simultaneamente: Rio de Janeiro, São Paulo, Bahia e Santa Catarina.

Nesta etapa, a PF vai investigar doações solicitadas pelo tesoureiro a suspeitos de operar remessas para pagamento de propina envolvendo a diretoria de Serviços da Petrobras. "Nós queremos saber informações a respeito de doações que ele solicitou, legais ou ilegais, envolvendo pessoas que mantinham contratos com a Petrobras. Esse é o motivo pelo qual ele está sendo ouvido no momento", disse Carlos Fernando dos Santos Lima, procurador-regional da República em São Paulo. Lira disse que a Polícia Federal tem "informações de doações legais e ilegais de pessoas que tinham contratos com a Petrobras. Os recursos nem sempre passam por destino legal."

Em nota oficial, o PT negou receber doações ilegais. "As novas declarações de um ex-gerente da Petrobras, divulgadas hoje, seguem a mesma linha de outras feitas em processos de 'delação premiada' e que têm como principal característica a tentativa de envolver o partido em acusações, mas não apresentam provas ou sequer indícios de irregularidades e, portanto, não merecem crédito. Os acusadores serão obrigados a responder na Justiça pelas mentiras proferidas contra o PT."