Topo

Vice-presidente da CPI da Petrobras antecipa depoimento de Vaccari

Tesoureiro do PT, João Vaccari Neto - Sérgio Castro/Estadão Conteúdo
Tesoureiro do PT, João Vaccari Neto Imagem: Sérgio Castro/Estadão Conteúdo

Bruna Borges

Do UOL, em Brasília

31/03/2015 17h11

Sob protestos de petistas, o presidente em exercício da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Petrobras, deputado Antonio Imbassahy (PSDB-BA), antecipou o depoimento do tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, para o dia 9 de abril.

O depoimento de Vaccari estava previsto para ocorrer no dia 23 de abril, mas o tucano determinou a antecipação da oitiva com o tesoureiro.

A mudança da data causou protestos de petistas, que atribuíram à alteração uma intenção "política”. O cronograma estava acordado anteriormente entre o relator da CPI, deputado Luiz Sérgio (PT-RJ), e o presidente da comissão, deputado Hugo Motta (PMDB-PB), que esteve ausente hoje e foi substituído por Imbassahy.

“Eu entendo que o atropelo é para seguir uma lógica política, mas essa lógica não é a lógica dessa CPI”, protestou o relator.

O relator defende que antes de ouvir o tesoureiro do PT, a CPI deve inquirir empresários para embasar melhor os questionamentos que serão feitos a Vaccari em seu depoimento.

Ele também associou a antecipação da audiência com os protestos de manifestantes contrários ao governo da presidente Dilma Rousseff (PT) marcados para o dia 12 de abril.

“ O que a gente viu que que a manifetação do dia 15 foi uma das fortes que vimos na vida brasileira. Não vejo que a CPI possa introduzir nenhum elemento novo nesta manifestação", declarou Imbassahy."Não há nenhuma ação de politizar a CPI.”

Vaccari é acusado pelo ex-gerente da Petrobras Pedro Barusco de receber US$ 300 mil para a campanha presidencial de Dilma em 2010. Para o Ministério Público Federal, Vaccari intermediou o pagamento de propinas ao PT. As doações teriam sido encaminhadas ao partido por meio de doações oficiais entre os anos de 2008 e 2010.

A Procuradoria também defende que o tesoureiro sabia que parte das doações tinha origem ilícita. O juiz Sérgio Moro, que é responsável pelas ações da Lava Jato na primeira instância, afirmou que a tese dos procuradores "tem amparo" em depoimentos de delatores Barusco e o executivo da Camargo Corrêa Eduardo Leite.