Bolsonaro anuncia general assessor de Toffoli para Ministério da Defesa
O presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL), anunciou nesta terça-feira (13) a indicação de Fernando Azevedo e Silva, general da reserva do Exército, para assumir o Ministério da Defesa em seu futuro governo. Azevedo e Silva é assessor do presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), o ministro Dias Toffoli.
Ele vai suceder no cargo o também general da reserva do Exército Joaquim Silva e Luna, primeiro militar a comandar a pasta desde sua criação em 1999.
O anúncio foi feito por Bolsonaro pouco após pousar na base área de Brasília em voo que partiu no início da manhã do Rio de Janeiro.
“Bom Dia! Comunico a todos a indicação do General do Exército Fernando Azevedo e Silva para o cargo de Ministro da Defesa”, escreveu Bolsonaro em sua conta no Twitter.
Azevedo e Silva tem um extenso currículo dentro das Forças Armadas, incluindo os cargos de chefe do Estado-Maior do Exército e Comandante Militar do Leste, além de ter sido o chefe da Autoridade Pública Olímpica dos Jogos Rio 2016.
Ao ministério, compete instituir políticas ligadas à defesa e à segurança do país e dirigir as três Forças Armadas --Exército, Marinha e Aeronáutica--, que devem ter seus comandos trocados pelo novo governo.
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Em nota, Dias Toffoli, afirmou ter sido consultado por Bolsonaro sobre a indicação do general. "Hoje pela manhã, fui consultado pelo presidente eleito Jair Bolsonaro sobre a indicação de Fernando Azevedo e Silva e prontamente disse que seria uma excelente escolha", disse Toffoli.
Mais tarde, o presidente eleito disse que a escolha de Azevedo e Silva não foi uma sugestão de Toffoli. "Ouço muito o general Heleno para bater o martelo nestas questões aí”, declarou.
Durante a eleição, a revista “Época” revelou que Azevedo e Silva participou de um grupo formulador de propostas para a campanha de Bolsonaro.
Sua indicação para assessorar Toffoli foi alvo de questionamentos por se tratar de um militar dentro do STF. À época, Toffoli disse ao jornal "Folha de S.Paulo" que "a escolha obedeceu a critérios objetivos de habilidades e competências".
Antes de indicar Azevedo e Silva, Bolsonaro havia anunciado que o general Augusto Heleno assumiria o cargo, mas ele foi remanejado para ministro do GSI (Gabinete de Segurança Institucional).
O futuro chefe da Defesa é o terceiro militar anunciado como ministro do governo Bolsonaro, que tem ainda o general da reserva do Exército Hamilton Mourão (PRTB) como vice-presidente.
O próprio Bolsonaro é capitão reformado do Exército, do qual entrou para a reserva em 1988, quando migrou para a política.
Os outros seis futuros ministros já confirmados:
- o investidor Paulo Guedes (Economia);
- o juiz federal Sergio Moro (Justiça e Segurança Pública);
- o deputado federal Onyx Lorenzoni (Casa Civil), do DEM-RS;
- o general da reserva Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional);
- a deputada federal Tereza Cristina (Agricultura), do DEM-MS;
- e o astronauta Marcos Pontes (Ciência e Tecnologia), que é tenente-coronel da reserva da Força Aérea Brasileira.
Durante a campanha, o presidente eleito prometeu reduzir o número de ministérios dos atuais 29 para 15. Mas nas últimas semanas, a previsão tem sido alterada para até 17 pastas.
Quem é Fernando Azevedo e Silva
Natural do Rio de Janeiro, Azevedo e Silva comandou a Companhia de Precursores Paraquedista, foi instrutor do Centro de Instrução Paraquedista General Penha Brasil, da Academia Militar das Agulhas Negras –a mesma em que Bolsonaro se formou-- e da Escola de Comando e Estado-Maior do Exército.
Como oficial general, comandou a Brigada de Infantaria Paraquedista e o Centro de Capacitação Física do Exército.
Ao longo da sua vida militar, foi agraciado com 17 condecorações nacionais e quatro estrangeiras, segundo seu perfil na página Comando Militar do Leste, do Exército.
Em agosto passado, ainda como chefe do Estado Maior do Exército, Azevedo e Silva defendeu a "conciliação" e "tolerância" nas eleições 2018.
Ele ressaltou que os militares são "parte significativa da maioria do povo brasileiro que pretende usar o voto, a arma mais poderosa e legítima da democracia, para começar a superar a crise profunda em que estamos mergulhados."
No Quartel-General do Exército, o general disse que o trabalho dos militares não é reconhecido e se queixou do orçamento das três Forças e dos salários que recebem.
"Os constantes desafios a que as Forças Armadas vêm sendo submetidas, muitos deles alheios à nossa destinação principal, não têm recebido, das esferas competentes, o merecido reconhecimento, justo e digno, principalmente quanto ao orçamento e à remuneração do nosso pessoal", escreveu. (Com Reuters e Estadão Conteúdo)
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