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Marun diz que sucessor militar na Secretaria de Governo é "novidade"

12.abr.2018 - O ministro Carlos Marun (Secretaria de Governo) durante reunião no Palácio do Planalto - Pedro Ladeira - 12.abr.2018/Folhapress
12.abr.2018 - O ministro Carlos Marun (Secretaria de Governo) durante reunião no Palácio do Planalto Imagem: Pedro Ladeira - 12.abr.2018/Folhapress

Luciana Amaral

Do UOL, em Brasília

26/11/2018 19h18

O atual ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun (MDB), afirmou nesta segunda-feira (26) que ter um sucessor militar na pasta é "novidade" e desejou êxito ao general da reserva do Exército Carlos Alberto dos Santos Cruz. O anúncio de Santos Cruz para a Secretaria de Governo foi feito pelo presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL), no Twitter pela manhã.

“Espero que ele tenha sucesso. Ele obteve sucesso nas funções que desempenhou até o momento. Vai ser mais uma. Bolsonaro está colocando pessoas de confiança dele no Planalto, e muitos são militares. É uma novidade, como outras, mas só tenho a desejar muito sucesso”, disse.

Questionado sobre um suposto esvaziamento da Casa Civil sob o comando de Onyx Lorenzoni (DEM-RS), que pretendia acumular a função da Secretaria de Governo de cuidar da articulação política do Planalto com o Congresso Nacional, Marun falou achar natural a escolha feita por Bolsonaro pelo fato dos titulares das duas pastas serem muito demandados.

“Bolsonaro vai colocar alguém na Secretaria de Governo com status de comando forte. Nós somos todos muito demandados, como todos sabem. É preciso dividir as tarefas, como eu e o Eliseu Padilha (atual ministro-chefe da Casa Civil) fazemos atualmente”, afirmou.

A Secretaria de Governo foi criada em 2015 pelo governo Dilma Rousseff (PT). Se mantiver o status de ministério, Santos Cruz será o 14º ministro anunciado por Bolsonaro e o quarto militar a integrar o ministério de Bolsonaro. O presidente eleito, entretanto, tem afirmado que pretende reduzir o número de pastas na Esplanada.

Os generais da reserva Augusto Heleno e Fernando de Azevedo e Silva vão chefiar respectivamente o GSI (Gabinete de Segurança Institucional) e o Ministério da Defesa, e o astronauta Marcos Pontes, tenente-coronel reformado, será responsável pela pasta da Ciência e Tecnologia. Além deles, o vice-presidente, Hamilton Mourão, é general da reserva do Exército.

Santos Cruz foi secretário Nacional de Segurança Pública entre 2017 e 2018, durante o governo de Michel Temer (MDB), e comandou duas missões de paz das Nações Unidas, no Haiti (2007-2009) e na República Democrática do Congo (2013- 2015). Em junho deste ano, deixou o posto e atuou temporariamente como consultor da ONU.

O general declarou apoio a Bolsonaro durante a campanha eleitoral, mas não é vinculado a partidos políticos nem tem ligação com a equipe do presidente eleito. Apesar de estar na reserva, ele é considerado uma grande liderança entre militares da ativa e da reserva, segundo as fontes ouvidas pelo UOL.