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Filho de Crivella debocha de críticas ao pai por causa de caos após chuvas

Filho de Crivella (ao fundo) acompanha o pai durante ato de campanha - ESTEFAN RADOVICZ/AGÊNCIA O DIA/ESTADÃO CONTEÚDO
Filho de Crivella (ao fundo) acompanha o pai durante ato de campanha Imagem: ESTEFAN RADOVICZ/AGÊNCIA O DIA/ESTADÃO CONTEÚDO

Gabriel Sabóia

Do UOL, no Rio

10/04/2019 17h48Atualizada em 10/04/2019 18h35

Depois das chuvas que castigaram o Rio de Janeiro e deixaram dez mortos entre segunda-feira (8) e ontem, o filho do prefeito Marcelo Crivella (PRB), Marcelo Hodge Crivella (PRB-RJ), saiu hoje em defesa do pai, a quem vem sendo atribuída parcela da culpa pelo caos na cidade. E usou um cartum em tom de deboche para questionar as críticas.

Em uma charge publicada nas suas redes sociais, o filho do prefeito mostra o desenho de um homem jogando lixo no chão e observando as nuvens. "Égua da chuva que vai cair, meu bairro vai alagar de novo! E a culpa toda é desse prefeito que não faz nada", diz a publicação. "Mais consciência para todos", escreveu Marcelo Hodge Crivella na legenda.

Mais consciência para todos.

Uma publicação compartilhada por Marcelo H. Crivella (@mhcrivella) em

Ontem, em meio às tempestades que atingiam a cidade, o próprio Crivella admitiu falhas no combate às chuvas e nas implantação de medidas de prevenção de acidentes.

O prefeito reconheceu que o trabalho de prevenção não foi efetivo e pediu que as pessoas ficassem em casa. "[O trabalho de prevenção de crise] Não foi efetivo não", afirmou em mais de uma ocasião.

Assim como no dia 7 de fevereiro, quando seis pessoas morreram por causa de alagamentos e deslizamentos de terra, o prefeito voltou a dizer que o Centro de Operações da Prefeitura não conseguiu prever a intensidade das tempestades.

"Imaginávamos que viria chuva forte, mas não imaginávamos que fosse cair com tanta força na zona sul [onde morreram as vítimas]", declarou. "Essa chuva para o início de outono é anormal, nenhum de nós esperava tanta chuva."

Filho é citado em investigações contra Crivella

Marcelo Hodge Crivella, 34, foi alvo de uma ação no início de 2017 após Crivella tentar nomeá-lo como secretário municipal da Casa Civil. A nomeação foi proibida pelo STF (Supremo Tribunal Federal) e um processo foi movido posteriormente por suposto crime de nepotismo. Apesar do arquivamento do processo, Crivella não conseguiu emplacar o filho no cargo.

Depois, o nome de Hodge foi citado em uma investigação do MPRJ (Ministério Público do Rio de Janeiro) sobre supostos atos de improbidade administrativa cometidos pelo pai. De acordo com o MPRJ, o prefeito tentou viabilizar seu filho como gerente de recursos humanos da Prefeitura. O órgão apontou que Hodge estaria agindo de forma clandestina na administração de Crivella.

Durante a campanha do ano passado, Hodge era candidato a deputado federal pelo PRB, quando participou de um encontro do pai com servidores públicos. No evento, Crivella pediu votos para o filho. Funcionários da Comlurb disseram que a prefeitura viabilizou o transporte deles até o local --o que configuraria o uso da máquina pública para uma campanha específica. Crivella é alvo de uma CPI na Câmara do Rio por causa deste episódio.