Bolsonaro diz que vai "restabelecer a verdade" sobre demissão de Moro
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) disse que "restabelecerá a verdade" sobre a demissão do diretor-geral da Polícia Federal Maurício Valeixo e do ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, numa coletiva hoje às 17h.
"Hoje às 17h, em coletiva, restabelecerei a verdade sobre a demissão a pedido do Sr. Valeixo, bem como do Sr. Sérgio Moro", escreveu ele no Twitter.
Moro declarou hoje que deixa o cargo após Bolsonaro ter demitido o diretor-geral da PF. A exoneração foi publicada como "a pedido" de Valeixo na edição de hoje do Diário Oficial, com as assinaturas eletrônicas de Bolsonaro e Moro. O ex-juiz, no entanto, afirmou que não assinou o decreto e que Valeixo não apresentou um pedido oficial de exoneração.
O mesmo já havia acontecido com o ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta, que foi demitido, mas Bolsonaro anunciou como uma exoneração de comum acordo.
Moro saiu atirando contra o mandatário. O ex-juiz declarou que Bolsonaro trocou o comando da PF para ter acesso a investigações e relatórios da entidade, o que é proibido pela legislação.
"O presidente me disse mais de uma vez, expressamente, que ele queria ter uma pessoa do contato pessoal dele, que ele pudesse ligar, que ele pudesse colher informações, que ele pudesse colher relatórios de inteligência, seja diretor, seja superintendente. E realmente não é o papel da Polícia Federal prestar esse tipo de informação", disse Moro.
Para ele, a mudança como foi feita é uma interferência política do presidente na PF e acrescentou que Bolsonaro teme inquéritos que estão sendo avaliados pelo STF (Supremo Tribunal Federal).
Parlamentares e juristas ouvidos pelo UOL acreditam que o presidente cometeu crime de responsabilidade ao tentar interferir politicamente na instituição.
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