Líder do governo na Câmara diz que Forças Armadas 'não são governo'
O líder do governo na Câmara, o deputado federal Ricardo Barros (PP-RR), tentou amenizar hoje a troca no comando do Ministério da Defesa, feita ontem pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido). O então chefe da pasta, o general Azevedo e Silva, pediu para sair do governo, sendo substituído pelo general Braga Netto, que estava na Casa Civil. A troca teria acontecido após pressão do presidente por uma adesão maior das Forças Armadas nas questões políticas do país.
"As Forças Armadas são o Estado brasileiro, não são governo", defendeu Barros, em entrevista à CNN. "O ministro Fernando Azevedo vinha fazendo um bom trabalho, mas para alocação, acomodação das posições, foi pedida a sua vaga para acomodar o general Braga Netto, que é um general mais próximo do presidente".
Barros reforçou que não vê no presidente Bolsonaro uma tentativa de politizar as Forças Armadas. O parlamentar aproveitou para dizer que não há "nenhum risco" para a democracia brasileira por causa da mudança no Ministério da Defesa.
"O Brasil já passou por vários testes sobre a sua capacidade de manter o Estado democrático; dois impeachments, e superou todos (...) O ambiente no Brasil hoje é um ambiente tranquilo politicamente. As disputas são mais de retórica, de ideologia, do que de posicionamento", afirmou.
'É um governo de centro-direita'
Além da troca na Defesa, ontem o presidente Bolsonaro mudou outros cinco ministros. A dança das cadeiras aconteceu nos ministérios das Relações Exteriores e Justiça e Segurança Pública, na Secretaria de Governo, na AGU (Advocacia-Geral da União) e na Casa Civil.
O líder do Governo na Câmara resume a reforma ministerial como um alinhamento maior do presidente ao centrão, base que o sustenta no Congresso.
O governo já vinha buscando uma solução para o atendimento das reivindicações e alinhamento do pensamento e da ação do governo mais para o centro. É um governo de centro-direita. Direita porque o presidente é de direita e centro porque é o centro que sustenta o governo no Parlamento
Ricardo Barros
Sobre a troca no Itamaraty, o deputado disse esperar do novo chanceler, Carlos Alberto França, uma atuação para antecipar a entrega das vacinas contra o novo coronavírus compradas pelo governo federal. Ele criticou o antigo ministro Ernesto Araújo por não estreitar relações com a China, Índia e os Estados Unidos para que as doses do imunizante adquiridas pelo Brasil cheguem mais rápido ao país.
"Eu teria ido lá falar diretamente com eles, demonstrar prioridade, posicionamento, para buscar este apoio. O 'não' já temos. O nosso cronograma de 560 milhões de doses já está estabelecido. Buscar essa antecipação é uma necessidade para o Brasil e uma tentativa. É possível que a gente consiga isso, mas só vamos saber se buscarmos. Preferia uma atitude de deslocamento da autoridade até os Estados Unidos, a China, a Índia, porque isso demonstra prioridade, importância", disse.
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