Josias: Planalto celebra desempenho de Pazuello na CPI da Covid
O colunista do UOL Josias de Souza disse que o Palácio do Planalto comemorou o desempenho do ex-ministro da Saúde, general Eduardo Pazuello, ontem na CPI da Covid, que investiga ações e omissões do governo federal durante a pandemia. O comando do exército, no entanto, vê o depoimento com "enorme preocupação".
"No Palácio, o desempenho de Pazuello foi celebrado e no comando do exército a inquirição foi vista com enorme preocupação. [O presidente Jair] Bolsonaro e seus operadores na CPI avaliam que causou ótima impressão o fato de Pazuello responder ao interrogatório mesmo dispondo de liminar que o autorizava silenciar para não se autoincriminar", afirmou Josias ao UOL News.
Ontem, Pazuello blindou o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) de eventuais responsabilidades na gestão da pandemia de coronavírus, negou que houve ordem do Palácio do Planalto para recusar a CoronaVac, relativizou a crise estabelecida em Manaus (AM) por falta de oxigênio e disse ter deixado o Ministério da Saúde com "missão cumprida".
"No exército, o que mais incomodou foram as menções que Pazuello fez a sua formação militar. Uma resposta que causou enorme incômodo foi quando Pazuello, inquirido sobre suas credenciais para comandar o Ministério da Saúde, disse que questionar a capacidade de liderança e gestão de um oficial seria o mesmo que perguntar se a chuva molha."
Na avaliação de Josias, o general Pazuello arruinou os esforços que vinham sendo feitos nos bastidores, inclusive em negociações com o presidente da CPI, Omar Aziz (PSD-AM), para desassociar o exército da atuação de Pazuello no Ministério da Saúde.
A CPI da Covid retoma hoje, a partir das 9h30, o depoimento do ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello após um primeiro dia de falas marcado por contradições. Segundo o presidente da CPI, Omar Aziz (PSD-AM), há 23 senadores inscritos na fila para discursar e fazer questionamentos a Pazuello.
Depois de mais de sete horas de depoimento, Pazuello teria passado mal e a sessão foi suspensa. Segundo o presidente da CPI, Omar Aziz (PSD-AM), o ex-ministro se prontificou a continuar respondendo às perguntas dos senadores, mas considerou mais "prudente" retomar a reunião hoje.
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