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General diz que oposição está 'esticando demais a corda' e elogia Bolsonaro

O general Luis Carlos Gomes Mattos, presidente do Superior Tribunal Militar: "O presidente Bolsonaro é um democrata" - Reprodução/Youtube/TV Justiça
O general Luis Carlos Gomes Mattos, presidente do Superior Tribunal Militar: 'O presidente Bolsonaro é um democrata' Imagem: Reprodução/Youtube/TV Justiça

Colaboração para o UOL

18/06/2021 11h59Atualizada em 18/06/2021 14h31

O presidente do STM (Superior Tribunal Militar), general Luis Carlos Gomes Mattos, disse que a oposição está "esticando demais a corda" e elogiou o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), classificando o mandatário como "um democrata".

Em entrevista à revista Veja, Mattos disse que Bolsonaro "fala com o palavreado do povo", mas sem intenção de desrespeitar às instituições ou dar um golpe.

Houve alguma acusação de corrupção contra o presidente Bolsonaro? Ele se elegeu para combater a corrupção. E de todas as maneiras estão tentando atribuir alguma coisa a ele e não conseguiram até agora. Deviam deixar o presidente governar, mas não deixam. Quem critica Bolsonaro faz isso de manhã, de tarde, de noite. Tudo atribuem ao presidente. Tudo de errado. Será que você aguentaria isso? Que reação eu teria? Não sei. E alguma coisa boa atribuem? O Brasil está crescendo, a economia está crescendo, mesmo com todas as dificuldades. Não tenho dúvida de que estão esticando demais a corda General Luis Carlos Gomes Mattos

Questionado sobre quem está esticando a corda, o general respondeu que são "de maneira geral, todos aqueles que são contra o governo". "Porque a política é assim: tem gente contra e tem gente a favor. Quem está contra logicamente vai esticar essa corda, como se diz, até que ela arrebente. Esses, na verdade, são os que não têm muito apreço pela democracia, os que defendem ditaduras e apoiam ditadores. Quando a corda vai arrebentar? Isso eu não sei", continuou.

Em sua avaliação, arrebentar a corda seria "tomar uma medida fora da Constituição".

Matts também disse que o presidente Bolsonaro é um democrata e relembrou os anos em que ele passou no Legislativo e que entrou na política por meio do voto.

O militar negou ainda que a possibilidade da volta de um governo de esquerda preocupe as Forças Armadas e disse que a instituição continuará a cumprir seu papel, "independentemente de quem for eleito".

Pandemia

Ao falar sobre a situação da pandemia do novo coronavírus no Brasil, Mattos defendeu Bolsonaro novamente, disse que ele não tem culpa da covid-19 e classificou como um "exagero" o mandatário ser acusado de ter um comportamento genocida. Na avaliação do general, Bolsonaro "tomou todas as providências cabíveis".

Questionado sobre a demora do governo para comprar vacinas contra a covid-19, ele disse acreditar que o presidente não demorou. O vice-presidente da CPI da Covid, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), afirmou que a Pfizer enviou 81 e-mails ao governo brasileiro para tratar de vacinas contra o coronavírus. O primeiro teria sido em 17 de março de 2020, no início da pandemia.

"Só vou fazer uma pergunta: você compraria, com seu CPF, alguma coisa que ainda está sendo cientificamente estudada? Você colocaria o seu CPF numa compra de bilhões? Veja que é uma decisão difícil. Eu acho que ele não demorou. Toda autoridade tem responsabilidade jurídica. Eu tomo uma decisão do tribunal, mas se eu tomar uma decisão errada, o meu CPF é que está lá, e eu vou responder como pessoa física. Quem vai sofrer as consequências sou eu", argumentou.

Pazuello

O militar que ingressou na escola de cadetes do Exército, aos 16 anos, poucos dias após o golpe militar, em 1964, disse que se incomodou ao ver o ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello sendo interrogado na CPI da Covid. "Vejo uma falta de respeito."

"Pazuello foi muito preciso e objetivo nas respostas. Não sei se eu seria. Na minha opinião, ele não vai ser acusado de nada. E, se acontecer, isso não vai abalar as Forças Armadas. Eu conheço o general Pazuello. Não tenho dúvidas da competência e honestidade dele. Quebraram o seu sigilo. A família do Pazuello é rica. Ele não está no Exército por necessidade, está por gosto", disse.

Ao ser questionado se subiria a um palanque ao lado do presidente, Mattos disse que não, pois é militar da ativa e ministro de um tribunal superior e, por isso, não integraria qualquer manifestação político-partidária.

Quando perguntado sobre a conduta de Pazuello, que participou de um ato político com o presidente, mas não foi punido, Mattos disse que o assunto é atribuição do comandante do Exército.

"O comandante, embora eu seja mais antigo que ele, tem precedência hierárquica sobre mim. Ele tomou uma decisão e deve ter os seus motivos. Eu respeito a decisão dele, não tenho comentário nenhum", respondeu.