'Não querem investigar quem recebeu, só quem deu dinheiro', diz Bolsonaro
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) atacou hoje a CPI da Covid, dizendo que a comissão é integrada por "sete pilantras" que não querem investigar quem recebeu o dinheiro, referindo-se aos governadores, mas apenas quem enviou recursos.
"Lamentavelmente o Supremo decidiu pela CPI e decidiu também que governadores estão desobrigados a comparecer a mesma. Querem apurar o quê? No tapetão não vão levar", disse o mandatário, durante um discurso feito em Chapecó (SC), onde participou de uma 'motociata' com apoiadores.
Na última quinta-feira (24), o STF formou maioria para liberar de comparecimento obrigatório os nove governadores chamados a falar à comissão.
O vice-presidente da CPI da Covid, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) disse ontem que há elementos de que o presidente cometeu crime de prevaricação e que a direção da comissão irá analisar a possibilidade de comunicar o STF (Supremo Tribunal Federal).
A declaração foi dada após o deputado Luis Miranda (DEM-DF) e o irmão dele, Luis Ricardo Miranda, servidor do Ministério da Saúde, serem ouvidos e acusarem o presidente de ter ignorado denúncias relacionadas à vacina indiana Covaxin. O parlamentar afirmou que o líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR), foi o nome que Bolsonaro relacionou às supostas irregularidades. Barros nega.
Não adianta provocarem e inventarem, querer nos caluniar, nos atacar 24 horas por dia porque não conseguirão. Só uma coisa me tira de Brasília: é o nosso Deus. Não vão ganhar no tapetão ou inventando narrativas Jair Bolsonaro
Sem citar nominalmente o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o mandatário disse que "tiraram um vagabundo da cadeia, tornaram esse vagabundo elegível, querem agora torná-lo presidente pela fraude". Uma pesquisa do Ipec (Inteligência em Pesquisa e Consultoria), ex-Ibope, apontou que o petista tem 49% das intenções de voto e Bolsonaro, 23%.
O presidente voltou a questionar a segurança das urnas eletrônicas, mas não apresentou provas. Bolsonaro, políticos aliados e apoiadores têm lançado o discurso de desconfiança sobre a segurança dos equipamentos. Eles defendem a adoção do voto impresso — um comprovante impresso da votação na urna eletrônica — e afirmam que, sem a mudança, a eleição de 2022 não será confiável.
"Tem eleições ano que vem e se Deus quiser, com o apoio do parlamento, (teremos) o voto auditável. Vamos botar um fim, no mínimo, na sombra da fraude que deve acontecer com toda certeza a cada eleição".
Reportagem publicada este mês pelo UOL mostrou que não há nenhum indício de fraude nas eleições brasileiras desde que urnas eletrônicas foram adotadas, em 1996.
Motociata
Bolsonaro participou de uma motociata entre as cidades catarinenses de Chapecó e Xanxerê hoje. Novamente, o mandatário desrespeitou as regras sanitárias e ficou sem máscara por todo trajeto, além de provocar focos de aglomeração.
Em Santa Catarina, a máscara é obrigatória e passível de multa no valor de R$ 500 para quem não a usar em espaços fechados.
No evento, que teve um percurso de cerca de 40 quilômetros, participaram também o filho do presidente, o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), e o prefeito de Chapecó, João Rodrigues (PSD). Ambos estavam sem máscaras.
Os leitos hospitalares do município, um dos maiores da região oeste catarinense, está com 96% de ocupação, em nível bastante crítico.
* Com informações da Ansa e Estadão Conteúdo
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.