Witzel pede proteção à CPI para realizar depoimento reservado
O ex-governador do Rio de Janeiro Wilson Witzel pediu hoje proteção à CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Covid para o depoimento reservado solicitado aos membros da comissão.
Ainda sem data confirmada, a oitiva que ouvirá novamente Witzel pode ocorrer na sexta-feira (9). O UOL teve acesso ao documento encaminhado ao presidente da CPI, Omar Aziz (PSD-AM).
"O peticionante só aceita contribuir em depoimento reservado a esta CPI, caso lhe seja deferida segurança, proteção, apoio e amparo previstos no Art. 7º da Lei Federal nº 9.807/99", diz trecho do pedido assinado pelo advogado Diego Pereira.
Os advogados do ex-governador também pedem que a proteção seja estendida aos familiares de primeiro grau de Witzel pelo período mínimo de dois anos. Caso não seja atendido, ele não deverá comparecer à reunião secreta.
O requerimento para a audiência reservada com Witzel deve ser votado na sessão de amanhã.
Há possibilidade de o ex-governador ser ouvido diretamente no Rio de Janeiro, já que a data inicial, sexta-feira (9), deverá ser destinada para o depoimento de Cristiano Carvalho, representante da Davati Medicamentos — empresa investigada no envolvimento de compras de imunizantes para o governo brasileiro.
'Fato gravíssimo'
Wilson Witzel prestou o primeiro depoimento na CPI da Covid no dia 16 de junho e, na ocasião, solicitou uma reunião reservada com membros da comissão alegando ter "um fato gravíssimo a revelar" relacionado a possíveis intervenções do governo federal em sua administração no governo do Rio de Janeiro.
Sob protesto de senadores governistas, foi aprovado, durante sessão na quarta-feira (23), a realização da oitiva sigilosa com o ex-governador.
Num primeiro momento, governistas obstruíram a votação afirmando ser problemático o fato de a oitiva ocorrer no Rio, e não em Brasília, no Senado. O presidente da CPI, Omar Aziz, esclareceu que o local ainda será definido.
Mesmo assim, senadores aliados a Jair Bolsonaro continuaram a reclamar da realização da oitiva. Líder do governo no Senado, Fernando Bezerra (MDB-PE), por exemplo, afirmou que a questão envolvia uma disputa política, já que Witzel e o governo Bolsonaro estão rompidos.
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