Botelho: Advogada trouxe 'ligação estreita' da Prevent com governo federal
Em participação no UOL News, o colunista Augusto de Arruda Botelho avalia que os fatos trazidos em depoimento à CPI da Covid pela advogada Bruna Morato, representante do grupo de médicos que denunciou a Prevent Senior, revela "proximidade" da instituição com o governo federal.
Aos senadores, a advogada reafirmou, conforme consta em dossiê entregue à comissão de inquérito, que a operadora de saúde pressionou profissionais a receitaram o chamado "kit covid". Segundo ela, médicos temiam represálias, inclusive demissões.
"Fiquei bastante chocado com os depoimentos, principalmente com os elementos trazidos e os níveis de detalhes", diz Arruda Botelho.
Para o advogado, decisões como a de disseminar medicamentos para covid-19 cuja comprovação científica era inexistente evidenciam as relações da Prevent Senior com o governo federal, por meio do chamado "gabinete paralelo" — grupo que aconselharia o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) em assuntos relacionados à pandemia.
"Isso vai muito além do que simplesmente omitir informação de estudos médicos. O governo patrocinar, em comum acordo com a operadora, a entrega do famoso 'kit covid' com a intenção de se evitar um lockdown, entre outras medidas que teriam evitado milhares de mortes, choca bastante", aponta Botelho.
"Além do nível de detalhe e verossimilhança dos fatos trazidos hoje pelo depoimento da advogada, está a ligação estreita entre esses fatos e o governo federal", completa.
O colunista também sinaliza que a CPI da Covid precisa se aprofundar nas denúncias contra a Prevent Senior. "Isso pode engrossar os indícios de um eventual crime contra a humanidade praticado pelo governo Bolsonaro."
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