MPF convoca Marinho e Weintraub para explicarem reunião com Bolsonaro
O MPF-RJ (Ministério Público Federal do Rio de Janeiro) marcou para 9 de março o depoimento do ex-ministro da Educação, Abraham Weintraub, que deverá ser questionado sobre suposto vazamento de informações sobre a Operação Furna da Onça para o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) em novembro de 2018 —um mês antes da deflagração pela Polícia Federal (PF).
A intimação veio depois de, em janeiro deste ano, Weintraub ter afirmado que participou de reunião com a equipe de transição do governo Bolsonaro naquele ano. Segundo o ex-ministro, na ocasião, o então presidente eleito teria dito aos presentes que sabia de investigação que colocaria o filho na mira da PF do Rio.
A operação era um desdobramento da Lava Jato, que investigou desvio de dinheiro em esquema de "rachadinha" na Assembleia Legislativa do Rio e não mirava o filho do presidente, que era deputado estadual à época.
No entanto, o relatório do Coaf, produzido no âmbito da Furna da Onça, apontou movimentação suspeita de R$ 1,2 milhão pelo ex-motorista de Flávio, Fabrício Queiroz.
Marinho será ouvido de novo
Ex-aliado político do presidente Jair Bolsonaro, o empresário Paulo Marinho também será ouvido pelo MPF.
A suspeita de que Flávio teve acesso a informações foi levantada por ele, em 2020, em depoimento ao órgão.
Segundo o empresário, o vazamento de informações para Flávio envolveu contato telefônico de três pessoas ligadas a Flávio com um delegado da Polícia Federal na primeira quinzena de novembro de 2018:
- Victor Granado, amigo de Flávio;
- Miguel Grillo, chefe de gabinete de Flávio; e
- Valdenice Meliga, então assessora de Flávio.
Marinho diz ter ouvido essas informações de Victor durante reunião em dezembro de 2018, após a deflagração da Furna da Onça.
O UOL entrou em contato com a defesa de Flávio Bolsonaro e tenta contato com Paulo Marinho e Abraham Weintraub. Em caso de manifestação das partes, esta reportagem será atualizada
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