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Carlos Bolsonaro ironiza minuta golpista encontrada na casa de Torres

O vereador Carlos Bolsonaro com seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro - Geraldo Magela | Agência Senado
O vereador Carlos Bolsonaro com seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro Imagem: Geraldo Magela | Agência Senado

Colaboração para o UOL, em Maceió

13/01/2023 14h27Atualizada em 13/01/2023 14h56

O vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ), filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) repercutiu em tom de ironia a descoberta de uma minuta golpista na casa do ex-ministro da Justiça, Anderson Torres, que visava mudar o resultado das eleições de 2022.

Em seu canal no Telegram, Carlos Bolsonaro disse que "só no Brasil um golpe tem que ser aprovado por Conselho, publicado em DOU (Diário Oficial da União) e votado pelo Congresso".

A mensagem foi compartilhada pelo vereador na manhã desta sexta-feira (13).

Vale destacar que, embora a minuta de fato carecesse de aprovação dos parlamentares, o decreto previa que ela deveria entrar em vigor a partir do momento em que fosse assinada por Jair Bolsonaro.

carlos bolsonaro - Reprodução - Reprodução
Mensagem compartilhada por Carlos Bolsonaro no Telegram
Imagem: Reprodução

Por que a minuta é golpista? O documento, encontrado em um armário na casa de Anderson Torres, durante buscas realizadas pela Polícia Federal, previa a instauração de um estado de defesa na sede do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), com o objetivo de reverter o resultado das urnas, que deu vitória a Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Posteriormente, o ex-ministro da Justiça disse que a minuta estava fora de contexto. A PF informou que vai investigar as circunstâncias de sua elaboração.

A minuta tem claro teor golpista por contestar o resultado da eleição presidencial sem a apresentação de provas, por usar do estado de defesa de forma inconstitucional, quebrar o sigilo de ministros desafetos de Bolsonaro, prever a criação de uma comissão para deixar sob responsabilidade dos militares e por não deixar brecha para que houvesse contestação judicial.

Prisão. Atualmente, Anderson Torres está nos Estados Unidos, para onde viajou na semana passada, dias antes dos atos de terrorismo praticados por bolsonaristas em Brasília no domingo (8).

Na ocasião, Torres ainda ocupava o posto de secretário de Segurança do Distrito Federal, mas foi demitido após as cenas de vandalismo e inépcia da Polícia Militar do DF. Ainda, o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes expediu pedido de prisão contra Torres a pedido da AGU (Advocacia-Geral da União).

Quando retornar ao Brasil, além de precisar explicar os atos de terrorismo, Anderson também deve responder quem produziu o decreto e a circunstância em que foi elaborado.

Minuta prova plano de golpe e possibilidade de extradição. O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, afirmou hoje que a minuta do rascunho do decreto para mudar resultado da eleição configura elemento para entender uma sucessão de eventos entre a proclamação do resultado da eleição e a tentativa de golpe.

Em entrevista, Dino disse que vai aguardar até a próxima segunda-feira (16) para que Anderson Torres se apresente na sede da PF. Caso contrário, solicitará sua extradição.

"Caso a apresentação não se confirme, por intermédio dos mecanismos internacionais, vamos deflagrar na próxima semana os procedimentos voltados à extradição, uma vez que há ordem de prisão", declarou.