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Após nota contra foto, ministro diz que 'respeito à imprensa é inegociável'

Imagem que mostra Lula atrás de um vidro trincado foi publicada pelo jornal Folha de S.Paulo - Gabriela Biló/Folha
Imagem que mostra Lula atrás de um vidro trincado foi publicada pelo jornal Folha de S.Paulo Imagem: Gabriela Biló/Folha

Colaboração para o UOL, em Maceió

20/01/2023 21h11

O ministro da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, Paulo Pimenta, afirmou que para o governo do presidente Lula (PT) "o respeito à imprensa é algo inegociável".

A declaração ocorre um dia depois de a Secom criticar a foto da jornalista Gabriela Biló que mostra Lula atrás de um vidro trincado, publicada pelo jornal Folha de S.Paulo.

Nas redes sociais, Pimenta disse que o governo federal "repudia qualquer tipo de violência" contra os profissionais de imprensa e ressaltou que "a crítica faz parte da liberdade de expressão".

Paulo Pimenta também classificou como "inaceitáveis e injustificáveis" as ameaças, os ataques e as ofensas que têm sido feitas contra Gabriela Biló por causa da imagem.

'Respeito as diversas leituras', afirmou fotojornalista. Autora da imagem que mostra Lula ajeitando a gravata, sorrindo, mas atrás de um vidro trincado, dando margem a várias interpretações, Gabriela Biló disse que aceita as críticas e respeita as diferentes visões sobre seu trabalho.

Ninguém é obrigado a ver o mundo da mesma forma que eu. Respeito as diversas leituras e dores [que] causou. O debate sobre a dupla exposição no fotojornalismo é válido e rico. Não precisa ser fechado."

Sobreposição de imagens

A técnica consiste na combinação de duas fotografias existentes para criar uma única imagem. Em texto publicado pelo jornal, Gabriela Biló explicou que pensou na técnica ao ver o Palácio do Planalto ainda vandalizado devido a atos golpistas do dia 8/1.

Apontei a câmera para os trincos do Palácio e depois para o presidente que estava no andar de baixo. Esperei por uma expressão que simbolizasse aquilo que eu estava lendo: a vida continua."

"A foto única trouxe sentimentos ambíguos e leituras diferentes; a meu ver, todos válidos. Há quem veja um presidente derrotado e morto, vítima da violência. Há quem veja um poder inabalável, reconstrução, blindagem, resistência, entre muitas outras interpretações", completou.