Leite repudia discurso xenófobo de vereador de Caxias: 'Não representa'
O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), repudiou as falas racistas e xenofóbicas do vereador de Caxias Sandro Fantinel (Patriota-RS), que ofendeu os trabalhadores encontrados há cinco dias em condição análoga à escravidão na vizinha Bento Gonçalves.
O que disse Leite:
- Em seu perfil no Twitter, Eduardo Leite chamou de "nojenta" a fala preconceituosa de Fantinel e afirmou que ele "não representa o povo do Rio Grande do Sul";
- O governador afirmou que esses discursos de ódio e intolerância "não serão tolerados" e reiterou que "os gaúchos estão de braços abertos para todos, sempre".
Não admitiremos esse ódio, intolerância e desrespeito na política e na sociedade. Vamos buscar autoridades do querido estado da Bahia para que nos visitem e acompanhem as atitudes que já estamos empreendendo e para nos aliarmos em outras ações conjuntas de nossos estados para banir o preconceito."
O que aconteceu:
- Durante a sessão de ontem (28) da Câmara Municipal de Caxias do Sul (RS), Sandro Fantinel deu a entender que os homens, na sua maioria baianos, encontrados em situação análoga à escravidão são preguiçosos e sujos;
- Na ocasião, o vereador também minimizou a exploração dos trabalhadores por parte dos empresários e questionou, em tom de deboche, se as empresas terão que colocá-los em "hotel cinco estrelas";
- Em seu discurso, ainda, o gaúcho disse que era previsível esse tipo de problema "com baianos, que a única cultura que têm é viver na praia tocando tambor".
Após a repercussão das declarações de ódio e intolerância de Fantinel, o governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues (PT), se manifestou em tom de repúdio e afirmou que "determinou a adoção de medidas cabíveis para que o vereador seja responsabilizado por sua fala".
MPE encontra trabalhadores em situação de escravidão no RS
A declaração de Sandro Fantinel está relacionada à operação do Ministério do Trabalho e Emprego que encontrou 215 trabalhadores em situação análoga à escravidão no estado do Ri Grande do Sul.
Eles eram contratados de uma empresa terceirizada que fornecia mão de obras para grandes vinícolas da região.
O Governo da Bahia, através da Secretaria de Justiça e Direitos Humanos (SJDHDS), e em parceria com a Defensoria Pública e demais órgãos estaduais, federais e municipais, acolheu ontem (27) os 196 trabalhadores baianos que foram resgatados na última quarta-feira (22).
Desses, 54 vieram em um ônibus e foram recebidos no órgão de defesa em Salvador, e mais três ônibus levaram trabalhadores para os municípios de Serrinha, Lauro de Freitas e Feira de Santana.
MPT propõe pagamento de R$ 600 mil por dano moral
Em audiência ontem, o Ministério Público do Trabalho propôs para uma das empresas envolvidas com trabalho análogo à escravidão no Rio Grande do Sul o pagamento de R$ 600 mil por danos morais individuais aos funcionários, além do pagamento de R$ 1 milhão em verbas rescisórias.
A proposta foi apresentada durante audiência com a defesa do empresário Pedro Augusto de Oliveira Santana, dono da empresa Fênix Serviços de Apoio Administrativo.
A empresa tem até meio-dia de quinta-feira (2) para apresentar a comprovação dos últimos pagamentos de verbas rescisórias.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.