Novo presidente do STM: 'Militar na política não faz bem às Forças Armadas'
O novo presidente do STM (Superior Tribunal Militar), Joseli Parente Camelo, afirmou hoje após tomar posse na Corte que concorda com a proposta do governo Lula (PT) para impedir que militares que se candidatem às eleições ou ocupem cargos no governo voltem para a ativa.
A medida tem sido articulada pelo Ministério da Defesa para "despolitizar" as Forças Armadas.
"Eu acredito que realmente, na minha opinião pessoal, o militar na política não faz bem às Forças Armadas", disse Camelo, foi empossado nesta tarde para um mandato de dois anos no tribunal.
Não é proibir o militar de ir para a política, mas ele vai ser político e deixa de ser militar da ativa. Ele vai para a compulsória, para a reserva. Eu concordo com essa proposta"
Joseli Parente Camelo, presidente do STM
Tenente-brigadeiro do ar e integrante do tribunal desde 2015, o ministro pilotou o avião presidencial durante os oito anos do governo Lula e mais cinco na gestão Dilma Rousseff (PT).
O petista esteve na cerimônia de posse e recebeu afagos do novo presidente do STM. Em seu discurso, Joseli Camelo afirmou que Lula terá o desafio de "pacificar o Brasil e consolidar de forma definitiva a democracia".
"As Forças Armadas brasileiras, sob comando supremo do presidente, estarão contribuindo para a pacificação e consolidação de nossa democracia", disse durante a posse.
Após a cerimônia, Joseli Parente Camelo reforçou o que chamou de necessidade de diálogo e harmonia entre os Poderes, dizendo que há hoje um clima de ódio e divisão. "muito forte"
"O presidente Lula deve governar e já está governando a todos os brasileiros - precisamos buscar harmonia. Todos nós temos a responsabilidade", disse.
Ministro vê baixa possibilidade de caso das joias ir para Justiça Militar. Para o novo presidente do STM, é preciso aguardar o avanço das investigações sobre as joias recebidas da Arábia Saudita pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) para avaliar se os casos são de competência do STM.
"No geral, não vejo expectativa desses casos virem para a Justiça Militar, mas como tem fatos que aconteceram em um avião da FAB, isso pode trazer alguma coisa, mas vejo pouca possibilidade", afirmou.
Joseli Camelo também reafirmou que concorda com o ministro Alexandre de Moraes, que no mês passado determinou que os processos de militares envolvidos com os atos golpistas de 8 de Janeiro devem ser julgados pelo STF, e não pela Justiça Militar.
"Em nenhum momento ele invadiu nossa competência", afirmou. "Como é um caso muito genérico, acredito que ao longo das investigações, caso venha a ter algo que seja especificamente tipificado como crime militar, ele mandaria para a Justiça Militar", disse.
Em fevereiro, Joseli Camelo disse ao UOL que tinha a mesma convicção de Moraes sobre o envio dos casos para o STF. A manutenção dos casos no STF, em vez da Justiça Militar, encontra apoio até dentro do Exército.
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