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'Três pede música', diz Dino sobre 3º registro falso de vacina de Bolsonaro

Do UOl, em São Paulo

04/05/2023 15h14Atualizada em 04/05/2023 15h44

Questionado sobre a investigação da PF sobre um terceiro registro falso de vacina contra a covid do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) inserido no sistema do SUS, o ministro Flávio Dino brincou que "se houver esta multiplicidade no fim, três já pede música".

O que aconteceu:

Dados de um certificado de vacinação que foi emitido de um computador do Palácio do Planalto, segundo a PF, apontam que Bolsonaro tomou duas doses da Pfizer, em agosto e outubro de 2022, mas essas vacinas não foram aplicadas. A imunização ocorreu em uma unidade de saúde de Duque de Caxias (RJ).

um terceiro registro indica que Bolsonaro teria recebido uma dose da Janssen em 19 de julho de 2021, na UBS Parque Peruche, na zona norte de SP. A informação foi repassada pela CGU à PF. Neste dia, porém, Bolsonaro estava em Brasília e a Secretaria Municipal de Saúde de São Paulo diz que não consta registro de atendimento a ele no local.

O diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, explicou que a investigação focada no Rio de Janeiro teve origem na quebra de sigilo de um outro processo, quando foram identificadas conversas sobre a possível fraude da vacinação.

A partir daí, começamos essa investigação do Rio de Janeiro. Em determinado momento, a CGU também fez as suas apurações, como é do seu dever legal, e também informou à Polícia Federal que além dos casos do Rio de Janeiro, há pelo menos mais um caso de uma vacinação em São Paulo. São situações estanques [diferentes], que pese aparentemente envolver o mesmo grupo, e que agora o ministro da CGU está reunido com a PF para que a gente identifique a eventual conexão entre os casos
Diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues

PF prendeu ex-ajudante e apreendeu celular de Bolsonaro

A PF deflagrou ontem uma operação que investiga a inclusão de dados falsos sobre vacinação contra covid-19 nos sistemas do Ministério da Saúde. A suspeita é de que Bolsonaro teria sido um dos beneficiados.

O tenente-coronel Mauro Cid, que foi ajudante de ordens de Bolsonaro, foi preso. Além dele, mais cinco pessoas foram detidas, incluindo policiais militares e um coronel do Exército.

  • Leia a íntegra da decisão de Moraes contra Bolsonaro clicando aqui.

Bolsonaro confirmou que o celular dele foi apreendido, se emocionou e chorou em entrevista após se negar a depor à PF: "E por que eu fico emocionado? Mexeu comigo, sem problema. Quando vai para esposa, para filhos, aí o negócio é desumano".

O ministro Alexandre de Moraes determinou um prazo de cinco dias para que a Polícia Federal colha depoimento dos profissionais de saúde que teriam vacinado o ex-presidente contra covid-19.