Ex-TSE: Minuta é mais discutida na imprensa do que na ação contra Bolsonaro

Em entrevista ao UOL News, o ex-ministro do TSE Henrique Neves afirmou que a questão sobre a minuta golpista no julgamento que pode tornar Jair Bolsonaro inelegível é mais debatida na imprensa do que dentro do próprio tribunal.

Há uma discussão muito grande sobre essa minuta mais na imprensa do que no processo. Nesses votos, verifica-se que a minuta foi citada aqui ou ali, mas não é exatamente o documento que está sendo analisado. Ela foi tangenciada. Henrique Neves, ex-ministro do TSE

Neves explicou como a inclusão ou não da minuta golpista pode ser um "detalhe" dentro do julgamento do TSE. O ex-ministro do tribunal mostrou que, caso haja um número suficiente de evidências que fundamentem a decisão final do órgão, a nulidade de uma delas não tem força suficiente para interferir no resultado.

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Quando se tem uma nulidade, é fundamental que o fato novo seja essencial para o deslinde do julgamento. Se a condenação está baseada em um depoimento nulo, ela cairá. Agora, se eu condeno pelos documentos 1, 2, 3, 4 e 5 e pelos depoimentos 6, 7, 8, 9 e 10 e um único depoimento é nulo, se eu retirá-lo posso manter a decisão com base nas outras provas? Se sim, quase não há interesse em discutir essa questão porque ela seria irrelevante para a alteração do resultado. Henrique Neves, ex-ministro do TSE

Josias: Após semear ventanias, Bolsonaro colhe primeira tempestade no TSE

Ao analisar o julgamento de Bolsonaro no TSE, Josias de Souza avalia que o ex-presidente colhe aquilo que plantou ao longo de seu mandato, quando questionou a legitimidade das urnas eletrônicas. O colunista considera improvável que o ex-presidente reverta o quadro e projeta o resultado final da votação.

Depois de semear tantas ventanias e disparam inúmeros raios que os partam, Bolsonaro colhe sua primeira tempestade no TSE. O banimento dele das urnas por oito anos virou um jogo jogado. Ainda que o ministro 10% [Kassio Nunes Marques] fizesse um gol contra a lógica exposta nos autos, o placar final permaneceria nas mãos de duas togas muito ofendidas pelo Bolsonaro {Carmen Lúcia e Alexandre de Moraes]. Acho muito difícil que o Bolsonaro se livre desse placar de, pelo menos, 5 a 2. Josias de Souza, colunista do UOL

Josias: Analisar crimes no celular de Cid não é pescaria, mas obrigação funcional

Josias de Souza discordou da vice-procuradora-geral da República Lindôra Araújo, que criticou a atuação de Alexandre de Moraes e o acusou de promover "pesca probatória". O colunista defendeu a ação do ministro do STF contra Jair Bolsonaro e seus auxiliares, principalmente na que resultou na prisão do ex-ajudante de ordens Mauro Cid.

Seria absurdo não promover busca e apreensão ao Mauro Cid, que se revelou um servidor bastante controverso. Esse personagem pedia uma investigação e o celular dele era uma caixa de Pandora. Ignorar provas sobre outros delitos seria absurdo e inconcebível. Analisar e investigar crimes que estão dentro do celular não me parece pescaria, mas uma obrigação funcional. Josias de Souza, colunista do UOL

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