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Defesa de Bolsonaro cria 'espetáculo' sobre silêncio à PF, analisa jurista

O jurista Lenio Streck disse no UOL News que a defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro estão fazendo um "espetáculo" sobre o silêncio no depoimento prestado à Polícia Federal nesta quinta-feira (31).

Em petição apresentada à PF, a defesa afirmou que eles "optam por adotar a prerrogativa do silêncio no tocante aos fatos".

O truque nisso é que eles podem fazer, inclusive, sem fazer a petição. O truque está em fazer a petição. O truque está em fazer um espetáculo em cima disso. Bastaria, como qualquer pessoa, chegar na delegacia e dizer: 'Não vou falar nada, porque não posso me autoincriminar'. Não falar nada é porque tem algo para se incriminar.

A ideia de permanecer em silêncio é um direito constitucional, agora se eu me reservo no direito de não falar nada naquilo que me autoincrimina, estou admitindo que algo há para me incriminar.

Tem limites nisso e vem o problema: pode silenciar não sobre tudo, só sobre naquilo que te autoincrimina.
Lenio Streck, jurista

Dal Piva: Wassef abre mão de silêncio e responde às perguntas da PF

A colunista do UOL Juliana Dal Piva apurou e comentou no UOL News que Frederick Wassef, advogado do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), abriu mão do silêncio e respondeu perguntas da Polícia Federal em depoimento nesta quinta-feira (31).

Frederick Wassef não alegou silêncio, ele está respondendo às perguntas dos investigadores. Não é a mesma linha do Mauro Cid, do pai do Cid, que há informações de que exista uma certa colaboração mesmo, um esclarecimento.

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Não é como se Wassef estivesse colaborando com as investigações. Ele vai seguir a linha mais próxima à Bolsonaro, mas não alegou silêncio. Não fez uso da prerrogativa de advogado para alegar silêncio durante esse depoimento.

O que leva a gente a crer que vem mais uma versão de Frederick Wassef: uma hora nunca tinha visto o relógio e, em outro momento, estava lá dizendo que foi comprar porque resolveu ir aos Estados Unidos comprar o relógio.

Sakamoto: Silêncio indica que defesa vê caso de Bolsonaro como gravíssimo

O colunista Leonardo Sakamoto comentou que a defesa de Bolsonaro percebeu a gravidade do caso das joias e isso explica o silêncio.

[O silêncio] significa que a própria defesa percebeu que o caso de Jair Bolsonaro é um caso grave e tem problemas. O que eles perceberam foi: 'Está meio descarado o que aconteceu'. Vamos ser sinceros, Bolsonaro surrupiou joias.

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É um caso gravíssimo que pode, sim, ter consequências penais, criminais e 'xilindrólicas' para Jair Bolsonaro e sua trupe. A partir disso, o pessoal falou: 'É melhor ficar em silêncio' [...] Bolsonaro fica em silêncio porque não tem o que fazer, então ele tem que ficar em silêncio.

Se Bolsonaro não está falando, se Michelle não está falando, se Wajngarten não está falando, o mesmo não pode ser dito para Mauro Cid, o pai dele e de outras pessoas que perceberam que podem ser abandonadas no meio do caminho.

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Quando: de segunda a sexta, às 8h, às 12h e 18h.

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