Foto no espelho e projétil de gás: as provas contra os novos 5 réus do 8/1
O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes votou ontem para condenar mais cinco réus acusados de participação nos atos golpistas de 8 de janeiro. Os demais ministros poderão votar até a próxima segunda-feira (2).
Com penas que variam de 12 a 17 anos de prisão, além de pagamento de multa de R$ 30 milhões, os réus são julgados por crimes como tentativa de golpe de Estado, dano qualificado, deterioração de patrimônio tombado e associação criminosa armada.
Confira quem são os acusados:
Moacir José dos Santos
Moacir José dos Santos foi preso em flagrante pela polícia dentro do Palácio do Planalto, "no instante em que ocorriam as depredações", afirma o relatório do ministro. O acusado fez até fotos dele mesmo nas áreas danificadas.
Segundo o relatório, ele confirmou que invadiu o Congresso Nacional. Moacir teria afirmado, ainda, que chegou a Brasília no dia 7 de janeiro e passou a noite no QG do Exército. Além disso, conforme Moraes, o acusado teve seu material genético encontrado no local das depredações.
Moacir é acusado da coautoria dos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado, deterioração do Patrimônio tombado e associação criminosa armada. Moraes votou por uma pena de 17 anos de prisão para ele.
João Lucas Vale Giffoni
João Lucas Vale Giffoni também foi preso em flagrante dentro do Plenário do Senado. Em seu interrogatório, ele afirmou que sua intenção era participar de um evento pacífico de "patriotas" e que teria entrado no Senado para se proteger e por orientação de policiais.
Porém, em seu voto, Moraes sustenta que ficou comprovado, "pelo teor do interrogatório, pelos depoimentos de testemunhas (...), pelas conclusões do Interventor Federal e outros elementos informativos", que João Lucas integrava grupo autodenominado "Patriotas", que buscava a realização de um golpe de estado, além de ter invadido prédios públicos na Praça dos Três Poderes com emprego de violência e grave ameaça.
O jovem de 26 anos é acusado de cometer os crimes de abolição violenta do estado democrático de direito, golpe de estado, dano qualificado, deterioração de patrimônio tombado e associação criminosa armada. Moraes votou por uma pena de 14 anos de prisão para ele.
Jupira Silvana da Cruz Rodrigues
Também presa em flagrante dentro do Plenário do Senado, Jupira Silvana da Cruz Rodrigues permaneceu em silêncio no momento da detenção, mas, segundo Moraes, confirmou no interrogatório sua participação na invasão do Palácio do Planalto e disse que chegou a Brasília em meados de dezembro e ficou no QG do Exército.
Assim como Moacir José dos Santos, seu material genético foi encontrado no local das depredações.
Moraes votou por uma condenação de 14 anos para Jupira, pelos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado, deterioração do Patrimônio tombado e associação criminosa armada.
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Quero receberNilma Lacerda Alves
Em seu voto, Moraes afirmou que Nilma Lacerda Alves aderiu de forma consciente e voluntária aos atos golpistas. Ela foi presa em flagrante logo após a invasão do Palácio do Planalto.
"Ao contrário do que sustenta a defesa, os elementos probatórios indicam que a acusada teve envolvimento na empreitada criminosa", afirma o ministro do STF.
Nilma é acusada da coautoria dos mesmos crimes dos demais réus. Moraes votou por uma pena de 14 anos de prisão para ela.
Davis Baek
Segundo o voto de Alexandre de Moraes, Davis Baek foi preso próximo ao Ministério da Defesa com dois rojões intactos, armas brancas (uma faca e dois canivetes), projétil de gás lacrimogêneo intacto e cartucho de gás.
Conforme Moraes, Baek era "participante e integrante das caravanas que estavam no acampamento do QG do Exército naquele fim de semana" e foi detido pelos policiais logo após se separar do grupo que realizava ataques. O ministro ainda afirmou que a apreensão dos itens "contraria qualquer afirmação do acusado no sentido de comparecimento em movimento pacífico."
Davis é acusado de abolição violenta do estado democrático de direito, golpe de estado e associação criminosa armada - segundo Moraes, não existem provas das práticas dos crimes de dano qualificado e deterioração do Patrimônio tombado. O ministro votou por uma pena de 12 anos de prisão para ele.
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