Nunes diz que eleitor de SP quer saber se prefeito é 'amigo do Hamas'
O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), alfinetou seu principal concorrente nas eleições municipais de 2024, o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL), ao dizer que o eleitor paulistano quer saber se o próximo prefeito da cidade "é amigo do Hamas", em referência ao grupo extremista que está em guerra contra Israel.
O que aconteceu:
Sem citar nominalmente Boulos, Nunes afirmou que o eleitor paulistano não gosta de "extremos", seja de direita ou de esquerda, e então citou o Hamas como exemplo de um extremo. As declarações foram em entrevista ao jornal Estado de S.Paulo e à rádio Eldorado.
O histórico da cidade demonstra que o eleitor quer saber como é que está a cidade dele, se vai ter prefeito que é amigo da turma do Hamas, se vai ter prefeito que é adepto de invasão, de não atender a legislação. Eu sou um cara que respeita as leis.
Ricardo Nunes, prefeito de São Paulo
Adversários de Guilherme Boulos têm usado o conflito entre Israel e Hamas para atacá-lo nas redes sociais. O deputado tem sido alvo, inclusive, de fake news relacionadas à guerra, segundo levantamento da Folha de S.Paulo.
Desde a deflagração da guerra, Boulos já criticou o ataque terrorista do Hamas a Israel que matou mais de mil pessoas. Ele também repudiou a contraofensiva israelense, que já matou milhares de civis e destruiu vários de edifícios e residências em Gaza. Por seu posicionamento, Boulos viu uma baixa em seu time de coordenadores, com a saída do ex-secretário de Saúde de São Paulo Jean Gorinchteyn de sua campanha.
Com apoio do PT e do presidente Lula, Guilherme Boulos lidera a corrida pela prefeitura de São Paulo, segundo pesquisa Datafolha. O candidato do PSOL tem 32% das intenções de votos, seguido por Nunes, com 24%.
O UOL entrou em contato com a assessoria de Guilherme Boulos para pedir um posicionamento. O espaço segue aberto para manifestação.
Nunes fala sobre apoio de Bolsonaro
Na entrevista, Ricardo Nunes reafirmou seu alinhamento com Jair Bolsonaro (PL).
Isso é importante a gente colocar, porque às vezes as pessoas parecem que você está transferindo a administração para alguém e isso [o apoio] é só momentâneo da campanha de ter o apoio de um ou outro, né? Acho que as pessoas às vezes confundem um pouco achando que a campanha municipal é igual uma campanha nacional, que tem aquela emoção, aquela paixão.
Ricardo Nunes, prefeito de São Paulo
Nunes também disse que espera contar com o apoio de ministros do governo que são do MDB. Simone Tebet, ministra do Planejamento, foi a terceira mais votada em São Paulo nas eleições presidenciais de 2022.
Segundo o prefeito, a expectativa para sua campanha é ter o apoio massivo do MDB, PL, PP, PSDB, Podemos, União Brasil e Republicanos. Um nome desses partidos será escolhido para ser vice na chapa de Nunes, mas ele destacou que isso ainda não foi decidido, mas ressaltou que o PL, por ser o "maior partido, vai ter mais peso", ou seja, a sigla de Bolsonaro terá prioridade para compor a chapa.
Ricardo Nunes foi criticado por dizer que não tem proximidade com Bolsonaro, ao tentar desvincular sua imagem a do ex-presidente. Posteriormente, ele minimizou as críticas dos bolsonaristas e garantiu que quer o apoio de Bolsonaro em sua campanha à reeleição.
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