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Josias: Bolsonaro critica Lula, mas mostrou afinidade com direita nazista

Jair Bolsonaro não tem autoridade para criticar Lula pela comparação dos ataques de Israel em Gaza ao Holocausto, já que mostrou afinidade com a extrema-direita da Alemanha, afirmou o colunista Josias de Souza no UOL News desta quarta (21).

Bolsonaro não tem autoridade para criticar alguém por mencionar o Holocausto em circunstâncias inconvenientes. Quando era presidente, ele se encontrou fora da agenda com uma deputada alemã que é uma das lideranças do partido de extrema-direita e neta do ex-ministro das Finanças durante o regime nazista de Hitler.

De fato, a comparação do Lula foi uma atrocidade histórica. No caso do Bolsonaro, houve um encontro com essa parlamentar de viés nazista. Isso mostra mais do que um deslize, mas uma afinidade com essa direita. Para Bolsonaro, sendo de direita, não importa que seja nazista; está no time dele.

Bolsonaro não tem autoridade moral para falar de crime, nem política para criticar alguém que cometeu uma impropriedade verbal em um improviso em uma frase na qual não cabia a menção. Josias de Souza, colunista do UOL

Na opinião de Josias, Bolsonaro tenta mudar o foco das discussões, já que tanto ele como vários de seus apoiadores estão sob os holofotes das investigações da Polícia Federal.

Lula cometeu uma tolice e exercitou sua ignorância em História, mas nada disso está tipificado no Código Penal. Quando Bolsonaro fala em crime, não se deve discutir muito com ele. Não convém discutir com especialistas.

Bolsonaro encontrou nessa tolice do Lula uma oportunidade para tentar desviar o foco, mas será muito difícil. Os bolsonaristas até apresentaram dois pedidos de impeachment contra Lula na Câmara, mas é um esforço vão. A eloquência da fragilidade penal do Bolsonaro é muito grande para ser suplantada por um deslize verbal do seu adversário. Josias de Souza, colunista do UOL

O que aconteceu

Bolsonaro criticou discurso de Lula sobre Israel. O ex-presidente classificou a fala do petista como "criminosa" e disse que "não cabe a um presidente".

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Bolsonaro se encontrou com representante da extrema-direita alemã. Em 2021, o então presidente se reuniu com a deputada alemã Beatrix von Storch, vice-presidente do partido de extrema-direita AfD (Alternativa para a Alemanha, na sigla em português). Ela é neta de Johann Ludwig Schwerin von Krosigk, que foi ministro das Finanças de Hitler por mais de 12 anos.

Tales: Embaixador não ir ao ato de Bolsonaro é importante, mas não basta

Mesmo ao negar sua presença no ato convocado por Jair Bolsonaro em São Paulo, o embaixador de Israel no Brasil Daniel Zonshine permanece sob desconfiança do governo brasileiro, disse Tales Faria.

Essa declaração de que não irá ao ato é importante, mas não basta. Ele continua sob observação. Se esse embaixador vier a fazer algum gesto, não só comparecer ao ato público convocado pelo Bolsonaro, considerado agressivo, ele será afastado. Isso é o que se diz no Planalto. Não há muita paciência com ele. Tales Faria, colunista do UOL

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