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Josias: Ar amistoso entre Lula e Lira fará brasileiro levar a mão ao bolso

O ar amistoso entre o presidente Lula (PT) e o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), após a posse de Flávio Dino como ministro do STF nesta quinta-feira (22) significa que os brasileiros terão de levar a mão ao bolso para liberação de emendas, analisou o colunista Josias de Souza no UOL News da manhã desta sexta-feira (23).

Sempre que o ambiente está muito amistoso [entre Lula e Lira], convém as pessoas levarem a mão à carteira, porque o que está em jogo é dinheiro público. Houve esse happy hour depois da posse do Flávio Dino e o que aconteceu nesse jantar em meio a risos foi algo muito próximo de uma rendição, porque o governo estava endurecendo no seu relacionamento com os parlamentares no final do ano passado, já que Lula vetou um calendário de liberação de recursos que tinha sido imposto ao governo pelo Congresso Nacional.

Num gesto para se aproximar de líderes de partido e também de Lira, Lula patrocinou um happy hour no Palácio da Alvorada, sua residência oficial. O petista levou para o encontro cinco ministros. Entre eles Fernando Haddad, da Fazenda, que tem projetos de interesse pendentes de aprovação pelos deputados.

No jantar do Alvorada, depois que Arthur Lira rosnou para o governo na abertura dos trabalhos do Congresso e insinuar que poderia causar problemas à votação de projetos importantes que interessam ao governo, Lula decidiu reestabelecer o calendário que ele havia vetado. Isso significa a liberação de R$ 14,5 bilhões até 30 de junho. Os parlamentares saíram rindo de orelha a orelha do Alvorada.

Além de degustarem uma refeição custeada pelo contribuinte brasileiro, eles saíram com a garantia de que Lula vai liberar R$ 14,5 bilhões em tempo para que eles faturem essa liberação para suas bases eleitorais na campanha municipal.

Sempre que há esse ar amistoso e essa atmosfera delicada, significa dizer que o brasileiro deve levar a mão ao bolso, porque a fisgada vem na sequência.

Bastidores do happy hour

Lira e parte dos líderes andam às turras com a articulação política do governo. O motivo é a trava na liberação de emendas parlamentares ao Orçamento. Na noite desta quinta, porém, segundo relatos obtidos pelo Estadão não houve reclamações.

Lula agradeceu o apoio que recebeu do Parlamento. Ele lembrou que a Câmara ajudou antes mesmo de ele tomar posse ao aprovar uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que abriu espaço no Orçamento para ampliar programas sociais como o Bolsa Família.

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Lula ouviu do presidente da Câmara a promessa de que seu papel institucional é colaborar com o Executivo. Mas não se esquivou de admitir que a relação com o Parlamento nem sempre é tranquila. Lira também afirmou que às vezes fica chateado com algumas situações, mas que a conversa é sempre "franca".

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