Ato bolsonarista tem bandeira de Israel vendida a R$ 50 na Paulista
Além das bandeiras do Brasil, o ato convocado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), realizado neste domingo (25), na avenida Paulista, também conta com muitas bandeiras de Israel à venda.
O que aconteceu
A bandeira israelense estava sendo vendida a R$ 50; a do Brasil, a R$ 40. Os ambulantes também oferecem modelos adaptados das bandeiras com frases de apoio a Bolsonaro.
Algumas bandeiras de Israel, porém, contavam com um pentagrama e não com a Estrela de Davi no centro.
Antes do início do ato, apoiadores misturavam verde e amarelo com a bandeira israelense. O uso das cores da bandeira brasileira se tornou padrão em manifestações de teor bolsonarista, com o acréscimo, neste ato, de maiores referências a Israel após o início da guerra do país contra o Hamas.
O ex-presidente segurava uma bandeira quando subiu no trio elétrico. O senador Magno Malta discursou com uma bandeira de Israel na mão.
Ato reuniu cerca de 600 mil pessoas na Paulista, diz SSP. Em nota, a Secretaria da Segurança Pública informou que a manifestação "ocorreu de forma pacífica, sem o registro de incidentes e com a presença de, aproximadamente, 600 mil pessoas na avenida Paulista e 750 mil pessoas no total, quando levado em conta o público presente nas ruas adjacentes".
Levantamento da USP aponta que estimativa de público para o pico do ato, às 15h, é de 185 mil pessoas. O dado faz parte do Monitor do Debate Político, da Escola de Artes, Ciências e Humanidades Universidade de São Paulo. Às 17h, após os discursos, a contagem indicou 45 mil participantes. A equipe acompanhou a manifestação, produziu imagens aéreas às 15h e às 17h e contou o público com auxílio de software.
Embaixador de Israel não foi ao ato
O embaixador de Israel no Brasil, Daniel Zonshine, negou que iria ao ato convocado por Bolsonaro.
Bolsonaristas apoiaram em peso pedido de impeachment contra Lula por fala comparando mortes em Gaza ao Holocausto. O pedido foi protocolado na última semana na Câmara dos Deputados e tem como fundamentação a hipótese de que Lula (PT) cometeu ato de hostilidade contra nação estrangeira, o que configuraria, segundo os parlamentares, em crime de responsabilidade.
Menções e homenagens a Israel já aconteciam em atos bolsonaristas pela simbologia religiosa. A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, por exemplo, votou em 2022 com uma camiseta com a bandeira de Israel. Parte dos evangélicos defende que ir contra o Estado de Israel é ir contra a vontade de Deus, segundo o Velho Testamento, explicou o colunista do UOL Ronilso Pacheco em 2021.
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