Empresários presos hoje pagaram trio elétrico para acampamento bolsonarista
Presos hoje pela Polícia Federal, os empresários Joveci Andrade e Adauto Mesquita foram indiciados no ano passado pelo aluguel de um trio elétrico para o acampamento bolsonarista instalado em Brasília após as eleições de 2022.
O que aconteceu
Em novembro do ano passado, a Câmara Legislativa do DF indiciou Andrade e Mesquita por incitação ao crime. O relatório final da CPI dos atos antidemocráticos afirma que eles pagaram por um trio elétrico e por parte das tendas usadas no acampamento em frente ao QG do Exército.
O trio elétrico foi contratado por R$ 30 mil. Em 2 de novembro, dias após a derrota de Bolsonaro nas eleições, Mesquita gravou um vídeo do trio elétrico ainda na garagem e outro já na rua, próximo à rodoviária de Brasília. O caminhão de som estava sendo levado ao acampamento bolsonarista com escolta da Polícia Militar.
Mesquita afirmou em um vídeo que o trio elétrico iria "arrasar" no acampamento. Devido ao tamanho do veículo, porém, ele precisou ficar estacionado em frente à Catedral Rainha da Paz, a cerca de 1 km de distância da concentração de manifestantes.
A defesa dos empresários afirmou, hoje, que não teve acesso à ordem de prisão. Em nota, os advogados dizem que "houve "esforços para esclarecer todos os fatos" e que os empresários "reiteram seu compromisso com a democracia, o Estado de Direito, o respeito às Instituições, ao processo eleitoral, ao Ministério Público e ao Judiciário, com especial ênfase na sua instância máxima, o Supremo Tribunal Federal",
Chegando aqui no nosso local de evento. Já estamos abrindo as asas. Polícia Militar nos auxiliando aqui, galera chapa quente. Fechou a via. Preparando para o trio chegar lá. Vai arrasar!
Adauto Mesquita, empresário, em vídeo gravado a caminho do acampamento no QG do Exército
Relatório indica que empresários mentiram à CPI
A Câmara Legislativa do DF aponta que ambos mentiram à comissão. Em depoimentos prestados em 13 de abril (Joveci Andrade) e 4 de maio (Adauto Mesquita), os empresários negaram terem contratado trios ou tendas para o acampamento, mas os pagamentos foram comprovados por quebras de sigilo bancário.
À CPI, Mesquita disse que só interagiu com o dono do trio elétrico para negociar com ele em nome dos contratantes. Ele afirmou que encontrou o proprietário do carro de som conversando com "uma roda de pessoas" no acampamento e os ajudou a conseguir um preço mais barato.
Segundo a CPI, Mesquita e Andrade também fizeram pix para pagar tendas no acampamento. Mesquita confessou que fez três transferências, no valor total de R$ 1,2 mil, mas Andrade negou ter feito qualquer pagamento.
Os dois empresários confirmaram a presença no acampamento estabelecido em frente ao Quartel-General do Exército, no entanto, negaram ter realizado contratações de carros de som ou tendas. Contudo, o afastamento do sigilo bancário dos mesmos revelou, que na data de 07 de dezembro de 2022, ambos interagiram financeiramente com a empresa Coyote Produções e Eventos Ltda, de propriedade de Rubens Wermem, proprietário do Trio Elétrico Coyote
Trecho do relatório final da CPI dos atos antidemocráticos da CLDF
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