Conteúdo publicado há 23 dias

Moro sobre decisão do TSE: 'Não fizeram nenhum favor'

O senador Sergio Moro (União Brasil-PR) disse que o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) "não fez nenhum favor" ao rejeitar por unanimidade a cassação de seu mandato. Em entrevista ao UOL News nesta sexta (24), ele ainda criticou o governo Lula por, na opinião do ex-juiz, "promover um desmonte no combate à corrupção" no país e afirmou que as revisões de decisões da Lava Jato não se devem a erros cometidos por ele.

Nesse ambiente polarizado e de revisionismo que o governo Lula promove desmontando todo o aparato de prevenção e combate à corrupção atacando a Lava Jato, essa decisão do TSE, assim como a anterior do TRE-PR, tem que ser elogiada. Embora elogiemos alguns tribunais, não foi nenhum favor. Tem que se aplicar a lei.

Foi uma decisão técnica, independente. A opinião pública é uníssona a esse respeito. O Tribunal decidiu conforme a lei e viu que não havia causa para a cassação. No fundo, eram mentiras e acusações falsas. Isso dá um alívio e posso trabalhar o mandato com mais tranquilidade. Sergio Moro, senador (União Brasil-PR)

Moro salientou que o encontro dele com o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal] Gilmar Mendes, em abril, não teve qualquer vínculo com a decisão do TSE.

A visita que fiz a Gilmar Mendes não tem nenhuma relação. Isso é outra questão. Não fui pedir nada a ele na ocasião.

Só entendo que esse revanchismo que muitas vezes contamina o juízo no Brasil, tem que ser abandonado para o bem de todos, seja da esquerda ou da direita. Temos que nos unir àquilo que seja possível fazer de comum e divergir, mas dentro do campo democrático. Afinal, em uma democracia a ideia é convencer quem diverge de você, e não o destruir.

Respeito e tenho agradecimento aos meus pares no Senado porque sempre me apoiaram. Isso envolve não só as lideranças, mas igualmente senadores que são de outros perfis ideológicos, que sempre acharam um absurdo esse ataque ao voto popular. Sergio Moro, senador (União Brasil-PR)

Moro: 'Pimenta nunca se notabilizou como grande gestor'

Moro criticou a escolha de Paulo Pimenta como ministro do Apoio à Reconstrução do Rio Grande do Sul e questionou as qualificações dele para o cargo.

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Ele nunca se notabilizou exatamente como um grande gestor. Não sei se é o gestor de crise mais adequado. Seria mais apropriado indicar alguém técnico e com uma ficha irretocável, e não um agente político com perfil ideológico muito acentuado, como é o caso do Paulo Pimenta. Sergio Moro, senador (União Brasil-PR)

'Grande erro judiciário do STF', diz Moro sobre suspeição

Questionado se houve revanchismo do STF por considerá-lo parcial ao julgar Lula no processo do triplex do Guarujá (SP), Moro avaliou que o Supremo "cometeu um grande erro judiciário".

Sempre digo que foi um grande erro judiciário do STF. Não vou entrar em uma polarização e um radicalismo de atacar instituições. Mas tenho muita segurança no trabalho que foi feito contra a corrupção. A imprensa reconheceu que ela existiu. A Petrobras foi saqueada e não existe crime sem sujeito. Mas vamos olhar para a frente.

Não há democracia saudável sem que discutamos e busquemos coibir a corrupção. Não podemos fazer política sempre olhando para o retrovisor. Não subo na tribuna do Senado falando em triplex ou sítio de Atibaia. Estou preocupado com questões atuais Sergio Moro, senador (União Brasil-PR)

Revisões na Lava Jato não são por eu ter feito algo errado, diz Moro

O ex-juiz descartou a possibilidade de as anulações de decisões da Lava Jato, como nos casos de José Dirceu e o executivo Marcelo Odebrecht, se fundamentarem em alguma falha que tenha cometido ao longo do processo.

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Com relação à Lava Jato, não tenho interesse pessoal. Fui juiz do caso e tenho muito orgulho do que foi feito. Sei que, infelizmente, existe uma tradição de impunidade no Brasil que tenta prevalecer. Proferidas essas decisões, elas têm que ser corrigidas pelos meios institucionais. Espero que haja recursos e as questões, revisitadas pelo STF.

Não creio que nenhuma dessas revisões possa ser atribuída a algo que eu tenha feito de errado, mas sim a narrativas que são construídas a partir dessa tradição de impunidade brasileira frente à corrupção. Sergio Moro, senador (União Brasil-PR)

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