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Couto: Preso por ameaça a Moraes representa contágio ideológico da Marinha

Preso por ameaçar a família e o próprio ministro Alexandre de Moraes, o fuzileiro naval Raul Fonseca de Oliveira representa um sintoma de contágio ideológico da Marinha pelo bolsonarismo, avalia o cientista político Cláudio Couto, que participou do UOL News 2ª Edição desta sexta-feira (31).

O fuzileiro e um irmão dele foram presos hoje pela Polícia Federal em uma operação com aval do próprio ministro Alexandre de Moraes.

Chamo atenção para um segundo aspecto dessa história —a gente já falou muito disso nos últimos anos e nunca é demais insistir— que é o contágio que as Forças Armadas sofreram pelo bolsonarismo ao longo desse período. Estamos falando de um militar de carreira [segundo-sargento], ou seja, estamos falando de um contágio que atingiu a Marinha.

A gente lembra que um dos comandantes das Forças Armadas que se manifestaram favoravelmente à tentativa de golpe do Bolsonaro, segundo os relatos que já foram dados à Polícia Federal nas investigações que têm sido feitas sobre a tentativa de golpe, foi justamente o chefe da Marinha. Mas não me parece que isso é uma coisa restrita só a Marinha, é alguma coisa que tem atingido as Forças Armadas de maneira geral, inclusive as hierarquias mais baixas. Cláudio Couto, cientista político

O cientista político diz acreditar que esse não é um caso isolado e lembra que Moraes era um dos principais nomes que o bolsonarismo buscava combater ainda no período da eleição presidencial de 2022.

Não acho que esses dois [presos] sejam casos isolados. Eles são muito mais um sintoma de um contágio ideológico mais geral que a Marinha vem sofrendo do que propriamente apenas uma situação atípica.

Acho que é a situação típica, não [precisa] necessariamente ir tão longe, mas de se verem contaminados pelo bolsonarismo. Dado o feitio golpista que tem o bolsonarismo e a eleição que fez o presidente Bolsonaro fazer de Alexandre de Moraes o seu principal inimigo, não é de se espantar que algo como isso aconteça agora. Cláudio Couto, cientista político

Miguel Reale Jr: Não cabe a Moraes ser o julgador do caso em que é vítima

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Também no UOL News desta sexta (31), o jurista Miguel Reale Jr. afirmou que não cabe a Moraes ser o julgador do caso em que é vítima de ameaça.

[A prisão ocorre] Porque é sem dúvida alguma uma grave ameaça que visa impedir o exercício livre do Poder Judiciário, da jurisdição com essas ameaças que são feitas de forma grave e assustadora conforme relato da vítima, o ministro Alexandre de Moraes.

A competência é do Supremo Tribunal Federal à medida que o Supremo é a vítima, ou seja, o impedimento é para o impedimento do exercício da jurisdição pelo STF. No entanto, me parece que não caberia ao ministro Alexandre de Moraes como vítima.

Há duas perspectivas com relação à vítima: a instituição e o ministro Alexandre de Moraes, sob o qual recaíram as ameaças. Portanto, me parece que não seria correto que fosse ele o julgador desse pedido de prisão preventiva, [já] que ele é, evidentemente, parte como vítima dessas ameaças. Miguel Reale Jr., jurista

O UOL News vai ao ar de segunda a sexta-feira em duas edições: às 10h com apresentação de Fabíola Cidral e às 17h com Diego Sarza. O programa é sempre ao vivo.

Quando: De segunda a sexta, às 10h e 17h.

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