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Tratamento precoce reduz vírus da Aids em 70% dos pacientes tratados no Brasil

Do UOL, em São Paulo

20/11/2012 15h47

Cerca de 70% dos pacientes com Aids no Brasil apresentam cargas virais indetectáveis seis meses depois de iniciado o tratamento antirretroviral, segundo informou o governo nesta terça-feira (20). Dos 530 mil brasileiros estimados com a doença, 270 mil estão em tratamento no SUS (Sistema Único de Saúde) e tomam o coquetel antirretroviral fabricado no país.

Os dados fazem parte do novo Boletim Epidemiológico, que traz informações sobre monitoramento clínico dos pacientes, carga viral, contagem de CD4 (situação do sistema imunológico) e tratamento.

Para Alexandre Padilha, ministro da saúde, o índice reflete a importância de o país ter um diagnóstico cada vez mais precoce - ou seja, quanto antes é descoberto a doença, mais eficaz é o tratamento. 

Em 2006, 32% dos pacientes chegaram ao serviço de saúde com contagem de CD4 superior a 500 células por mm3 (ou seja, o sistema imunológico do paciente ainda não está comprometido). Em 2010, a taxa subiu para 37%. Atualmente, cerca de 30% dos pacientes são diagnosticados tardiamente.

"A campanha serve para alertar sobre a importância do diagnóstico precoce, com ampliação do acesso da população aos testes rápidos nas unidades básicas de saúde”, afirma o ministro.

Por isso, o governo foca na ampliação da testagem no pré-natal até atingir 100% das grávidas que passam por atendimento na rede pública. Estudo do Ministério da Saúde indica que, em 2004, 63% das mulheres gestantes realizaram o teste. Entre 2010 e 2011, esse índice foi de 84%, aumento de 21%.

De acordo com o secretário de Vigilância em Saúde, Jarbas Barbosa, a infecção do vírus atinge 0,42% da população entre 15 anos e 49 anos, o que representa 0,52% dos homens e 0,31% das mulheres no país em 2010.

Em relação à mortalidade, o país apresentou média de 11.300 óbitos por ano na última década. Já o índice de mortalidade padronizado (número de óbitos para cada 100 mil habitantes) apresentou queda de 12% nos últimos 11 anos. Em 2000, o número de mortes registradas foi de 6,3, enquanto, em 2011, foi de 5,6.

"A política de acesso aos testes tem mostrado estar no caminho certo. Segundo Pesquisa de Comportamentos, Atitudes e Práticas da População Brasileira (PCAP), a realização de testagem de HIV passou de 20%, em 1998, para quase 40% na população adulta brasileira, em 2008", observa Dirceu Greco, diretor do Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais.