Epidemia de dengue ameaça 77 municípios, mostra levantamento
O Ministério da Saúde divulgou nesta terça-feira (27) o resultado do Levantamento Rápido de Índice Aedes aegypti (Liraa), que mostra quais as cidades com maior risco de epidemia de dengue. Ele mostra que 77 municípios, onde vivem ao todo 5,7 milhões de habitantes, apresentam índice de infestação mais alto e, portanto, têm maior probabilidade de sofrer com a doença neste verão.
A única capital em risco é Porto Velho (RO). A pesquisa também mostra que outros 375 municípios encontram-se em situação de alerta e 787 apresentam índices considerados satisfatórios. Os Estados de São Paulo e do Rio não apresentam municípios em risco. Veja a lista completa aqui.
O ministério ressaltou que o levantamento é um retrato do momento e se modifica ao longo do ano. O número de municípios em risco, portanto, pode aumentar no próximo trimestre, quando as chuvas se intensificam.
A pesquisa, este ano, contou com dados de 1.200 cidades (no ano passado, apenas 800 municípios realizaram o Liraa, dos quais 48 estavam em risco). Dos 77 municípios com os piores índices este ano, dez mantém o mesmo patamar de 2011.
Fontes de larvas
O levantamento mostra que, na Região Sudeste, a principal fonte de larvas do Aedes são os depósitos domiciliares, especialmente os vasos de planta. Na Região Nordeste, os depósitos de água (como caixas e barris d'água) são os principais focos. No Sul e no Centro-Oeste, o problema principal é o lixo. E, na Região Norte, os focos mais importantes são lixo e armazenamento de água.
Os resultados da pesquisa ajudaram o ministério a direcionar as campanhas, lançadas oficialmente hoje. Na Região Sudeste, os filmes vão abordar com mais frequência a prevenção nas casas, por exemplo.
Casos e mortes
O Brasil registrou 247 por causa da dengue este ano, até o mês de outubro. O número é praticamente a metade do registrado no ano passado no mesmo período.
Ao todo, o país teve cerca de 500 mil casos de dengue até o mês passado, o que representa uma redução de 20% em relação ao mesmo período de 2011, quando foram notificados aproximadamente 750 mil casos da doença.
"Os dados mostram que o caminho está correto. Mesmo convivendo com os quatro sorotipos, nós nos preparamos desde o final de 2011 para um potencial alto de explosão de casos e chegamos ao final de ano com redução", afirmou o ministro da Saúde Alexandre Padilha. O sorotipo 4 da dengue está presente em 15 Estados atualmente.
Campanha
Com o slogan “Dengue é fácil combater, só não pode esquecer”, o objetivo da primeira fase (até o final de dezembro) da campanha lançada hoje é mobilizar a população a praticar medidas para prevenir o Aedes aegypti.
Na segunda fase, a partir de janeiro, o foco será reconhecer os sinais e sintomas da doença e quais as principais medidas que devem ser adotadas pela população, em caso de suspeita.
Investimentos
O ministério comunicou que está repassando a todos Estados e municípios brasileiros R$ 173,3 bilhões para controle da doença. Os recursos representam 20% do valor anual do Piso Fixo de Vigilância e Promoção à Saúde e são destinados a atividades de controle do vetor, vigilância epidemiológica e assistência a pacientes.
O montante significa um acréscimo 87% com relação ao que foi transferido em 2011. No ano passado, R$ 92,8 milhões foram destinados a 1.159 cidades que apresentavam maior incidência da doença.
Informatização
O ministério anunciou, ainda, a assinatura de um termo de cooperação com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) e com a Secretaria de Saúde do Rio de Janeiro para que agentes de saúde utilizem os equipamentos adotados no último Censo para fazer o trabalho de campo e enviar as informações coletadas diretamente às secretarias.
O acordo prevê 43 mil equipamentos, que serão usados em 51 municípios a partir do início do ano que vem.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.