Coronavírus: Últimas notícias e o que sabemos até esta quinta-feira (07)
Mais de 9 mil mortes, mais um dia com mais de 600 óbitos confirmados oficialmente em 24h pelo Ministério da Saúde, e as vítimas do coronavírus - e até de doenças que não são a covid-19 não estão só nestes números e dados. Enquanto o ministro Nelson Teich é pressionado a divergir de Bolsonaro ao ser enquadrado por secretários de saúde, uma realidade que se tornou alarmante em São Paulo, Manaus e outros locais é o aumento das mortes em casa.
Não há números nacionais que deem a dimensão do fenômeno, mas relatos nos estados mostram a gravidade da situação — para a qual há ao menos três causas, segundo profissionais de saúde ouvidos pelo UOL.
- As pessoas tentam, mas não conseguem atendimento adequado de saúde para tratar da covid-19-- diversos estados já têm sobrecarga nos sistemas públicos e até privados
- Faltam testes, os sintomas são parecidos com outras doenças, e as pessoas, sem saber que foram infectadas pelo coronavírus, não percebem o potencial de piora do quadro de saúde, que se deteriora rápido
- Com medo de ir aos serviços de saúde, pacientes passam a negligenciar também tratamentos que podem levar à morte -- como os de infarto.
Em São Paulo, segundo o Serviço de Verificação de Óbitos da Capital (SVOC), o registro desse tipo de morte dobrou nos últimos dias. Em Manaus, o crescimento é de 149%, de acordo com a BBC.
Com Bolsonaro e Toffoli, Guedes fala em colapso econômico
A economia brasileira já sente os efeitos do novo coronavírus e está começando a colapsar. A avaliação foi feita hoje pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, em encontro no Supremo Tribunal Federal que reuniu o presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), o presidente do STF, Dias Toffoli, empresários e outros ministros.
Na reunião, para onde o presidente foi à pé, Bolsonaro voltou a criticar governadores e prefeitos. Segundo ele, "alguns estados foram um pouco longe nas medidas restritivas"."As consequências estão batendo à porta de todos. Autônomos perderam ou tiveram a renda reduzida. Quem tem carteira assinada, está batendo na casa de 10 milhões de desempregados. Este número tende a crescer. Por isso, esse grupo de empresários nos trouxe essa preocupação", disse o presidente.
Em sua explanação, Guedes argumentou que as medidas emergenciais adotadas durante a pandemia podem não se sustentar a médio prazo.
Teich é cobrado por secretários; promessas o opõe a Bolsonaro
O ministério da saúde anunciou na noite de hoje que, em 24 horas, houve 610 registros de mortes por conta da covid-19, totalizando 9.146 mortos. No total, o país alcançou 135.106 casos oficiais, com 9.888 casos de ontem para hoje. Segundo o governo, até ontem, ao menos 65.312 pacientes estão em acompanhamento e 51.370 já se recuperaram.
A crise vem pressionando Teich. Demorou 18 dias desde a posse para que o ministro da Saúde reunisse todos os 27 secretários estaduais do setor para tratar da pandemia de covid-19. Em reunião na terça-feira (5) por videoconferência, os secretários colocaram o ministro contra a parede: reclamaram da demora na tomada de decisões e arrancaram de Teich compromissos que contrariam o presidente Jair Bolsonaro (sem partido).
Teich precisou lidar pela primeira vez com os 27 secretários, que não pouparam cobranças: os EPIs (Equipamentos de Proteção Individual) chegam em quantidade muito pequena a estados e municípios; o ministério habilita poucos leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva); a oferta de testes é pequena, e o governo federal não ajuda no financiamento dos hospitais de campanha.
Mas o principal pedido feito ao ministro deve incomodar o presidente Bolsonaro. Para os secretários, o governo federal precisa declarar-se explicitamente a favor do isolamento social, cuja defesa resultou na demissão de Mandetta.
Consequência disso é que Teich pela primeira vez admite lockdowns pontuais, como disse em coletiva de imprensa.
Vai ter lugar que vamos recomendar o lockdown e vai ter lugar em que existe uma situação que permite tentar alguma coisa
SP: Covas anuncia rodízio ampliado e 24h; 22 sem-teto morrem
A Prefeitura de São Paulo anunciou hoje a volta do rodízio de veículos e de forma mais duro para aumentar a taxa de isolamento na capital paulista em meio ao combate do novo coronavírus. A partir de segunda-feira (11), a restrição de circulação de veículos valerá para toda a cidade e vai durar o dia inteiro. Outra mudança é que, em vez de uma vez por semana, agora os veículos poderão circular dia sim, dia não.
"Essa é uma medida necessária para que a gente evite ter que decretar lockdown na cidade de São Paulo", disse o prefeito Bruno Covas (PSDB). Ontem, a taxa de isolamento na capital ficou em 47%, segundo dados do governo do estado. Covas espera que esse índice esteja em, ao menos, 60%.
A capital paulista registra, entre suas cerca de 2 mil mortes, 22 moradores em situação de rua como vítimas da covid-19. Segundo a prefeitura, oito deles eram idosos e tinham outras comorbidades. Há ainda 40 casos suspeitos de terem sido contaminados em pessoas sem-teto.
RJ fala em 'lockdown parcial'
O prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella (Republicanos), anunciou na noite de ontem um bloqueio no Calçadão de Campo Grande, na Zona Oeste, para tentar frear a pandemia do coronavírus. O bairro é o líder de denúncias de aglomeração e também o maior número de mortes na capital, 40. Já a cidade do Rio contabiliza 764 mortes e 8.577 diagnósticos da doença.
Crivella usou o termo "lockdown parcial" para definir a medida necessária, segundo ele, que os apelos de conscientização para a população pelo isolamento social não surtiram o efeito desejado na região.
Também no Rio, dois contêineres refrigerados estão sendo usados para armazenar corpos de pessoas mortas em meio ao colapso do sistema de saúde em decorrência da epidemia do novo coronavírus no Hospital Municipal Lourenço Jorge, na zona oeste.
Reportagem do UOL mostrou na semana passada imagens de cadáveres sobre macas em um corredor da unidade em mais um capítulo da crise no hospital, que está com 50% da equipe médica afastada por problemas de saúde, segundo ação civil pública feita pelo MPT-RJ (Ministério Público do Trabalho do Rio).
Auxílio de R$ 600 é transferido a mais bancos
A Caixa informou que mais de 50 bancos estão participando do esforço de pagamento do auxílio emergencial de R$ 600 do governo federal. Até a última segunda-feira (dia 4), cerca de 3,5 milhões de beneficiários indicaram contas de outros bancos para o recebimento do auxílio. No total, esses clientes receberam aproximadamente R$ 2,3 bilhões.
O dinheiro é distribuído pela Caixa, mas as pessoas podem indicar outras instituições se tiverem contas. Os maiores bancos do país (Banco do Brasil, Bradesco, Itaú e Santander) lideram o ranking de instituições que receberam recursos. O Banco do Brasil é o primeiro. O PagBank, do grupo UOL, está em oitavo lugar, entre os que mais tiveram depósitos.
Pastor vende sementes a R$ 1 mil prometendo curar vírus
O pastor Valdemiro Santiago, líder da Igreja Mundial do Poder de Deus, promete a cura ao coronavírus em um vídeo em que vende sementes aos seus seguidores. No vídeo, publicado no YouTube, ele fala do suposto benefício de uma planta e pede o "propósito de R$ 1 mil" por ela, ainda que a OMS assegure que não existe nenhuma cura ou vacina que protejam ou possam ser utilizados como remédios para a covid-19.
No vídeo, ele mostra suposto exame que comprovaria que uma pessoa teria se curado da covid-19 após utilizar a semente - ele não diz de que planta específica é. Segundo ele, após o plantio, aparece escrito na semente "sê tu uma bênção".
EUA investiga festas para imunização
As autoridades do estado americano de Washington alertaram ontem sobre supostas "festas da covid-19", organizadas com o objetivo de propagar o vírus entre os participantes intencionalmente e imunizá-los.
O secretário de saúde do estado, John Wiesman, alertou para o risco de "reunir-se em grupos no meio da pandemia, colocando as pessoas em risco e aumentando o número de hospitalizações e mortes." Ele lembrou que "ainda não se sabe se as pessoas que se recuperaram da covid-19 permaneceram imunes a longo prazo". Além disso, ressaltou, os médicos ainda não podem afirmar que o vírus não deixe sequelas que poderiam se manifestar anos depois da infecção.
Os Estados Unidos registraram 2.073 novas mortes por covid-19 e totalizam 73.095 óbitos, enquanto foram notificados mais 23.928 casos de coronavírus, elevando o total a 1.227.430, de acordo com a contagem da universidade Johns Hopkins.
Rússia passa Alemanha e Espanha em casos
O número de casos de coronavírus na Rússia chegou a 177.160 hoje após uma alta diária recorde de infecções, o que significa que agora o país tem a quinta maior quantidade de casos registrados do mundo e mais ocorrências do que Alemanha ou França.
O número de casos novos do vírus saltou para 11.231 nas últimas 24 horas, disse a força-tarefa anti-coronavírus do país. O epicentro é Moscou.
Mãe vai à Justiça para pai poder acompanhar parto
O casal Angélica Daltoé e Suleman Moro, ambos com 30 anos, planejou ao longo dos últimos dois cada detalhe da primeira gestação. Com previsão do nascimento da filha, a pequena Zuma, para abril deste ano, eles só não contavam que uma pandemia os impediria de estarem lado a lado no momento do parto.
Angélica e Suleman moram em Paranaguá, no litoral do Paraná, e o hospital da cidade, assim como inúmeros outros pelo país, baixou portaria proibindo que mulheres grávidas pudessem estar acompanhadas no pré-parto, parto e pós-parto. A medida teve como justificativa a pandemia do novo coronavírus. O município onde residem conta hoje 16 casos confirmados da Covid-19.
Ao saber da proibição, no início de abril, Angélica correu atrás de um direito previsto na Lei do Acompanhante e decidiu buscar na Justiça a autorização para o marido estar ao seu lado no momento mais importante da sua vida. As primeiras decisões, no entanto, foram desfavoráveis, mesmo com a lei federal garantindo o direito. O casal, no entanto, não desistiu. E a insistência valeu a pena.
Luto: Daisy Lúcidi morre aos 90, por complicações da covid-19
A atriz Daisy Lúcidi morreu hoje aos 90 anos de idade, por complicações do coronavírus. Estrela em novelas como "Passione", "Paraíso Tropical" e "Babilônia", ela estava internada desde 25 de abril.
A notícia foi confirmada ao UOL pelo neto da atriz. O Hospital São Lucas Copacabana, no Rio, onde Daisy estava internada, também emitiu comunicado oficial sobre a morte: "O hospital se solidariza com a família e os amigos nesse momento de dor".
Madonna teve a covid
Madonna confirmou, em uma postagem em seu Instagram, que foi infectada pelo novo coronavírus. No entanto, declarou já estar curada da doença.
De acordo com a publicação, os sintomas começaram há sete semanas, quando finalizou a sua última turnê em Paris por causa da pandemia. "Apenas para esclarecer as coisas para as pessoas que preferem acreditar em manchetes sensacionalistas do que fazer suas próprias pesquisas sobre a natureza desse vírus: atualmente não estou doente", disse.
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