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Brasil passa de 30 mil mortos após aumento recorde em 24 h: 1.262 óbitos

Arthur Sandes e Rodolfo Vicentini

Do UOL, em São Paulo

02/06/2020 19h35Atualizada em 02/06/2020 20h55

As 1.262 mortes de covid-19 registradas em 24 horas no Brasil, confirmadas hoje pelo Ministério da Saúde, representam o maior número já contabilizado nesta pandemia. A alta anterior de óbitos em decorrência do novo coronavírus aconteceu em 21 de maio, quando 1.188 foram oficializadas.

Com isso, o número total de mortes sobe para 31.199. Já o de casos totaliza 555.383 em todo o território, com a inclusão de 28.936 novos diagnósticos de ontem para hoje.

Os dados atualizados do Ministério da Saúde indicam também o segundo maior aumento diário de novos diagnósticos desde o início da pandemia no Brasil, com 28.936. O recorde segue ainda no registro do último sábado (30), quando o governo identificou 33.274 casos no período de um dia.

Ainda segundo a pasta, mais de 300 mil casos seguem em acompanhamento, e 223.638 pacientes já se recuperaram da doença.

A alta ocorre após dois dias de quedas em relação à semana anterior: 480 novas mortes anteontem contra 653 de domingo passado, e 623 ontem contra 807 de segunda passada. São maiores, contudo, do que os de terça passada, quando 1.039 óbitos foram alcançados.

Historicamente, ao longo da pandemia, há um aumento sensível nos números às terças-feiras: há uma semana, o "pico" semanal inaugurou um período de quatro dias consecutivos com mais de mil mortes diárias, no que foi o período com mais óbitos desde o início dos casos no país.

Até então, o único país a manter a confirmação de óbitos acima dessa taxa em 24 horas havia sido os EUA, que lidera entre as nações mais afetadas.

A alta foi puxada por São Paulo (327 novas mortes), Rio de Janeiro (224) e Ceará (233), os três estados mais atingidos pela doença. Quatro estados registraram sua maior alta no número de mortes de um dia para outro: São Paulo, Espírito Santo, Goiás e Rondônia.

A pandemia nos estados

Na semana em que flexibiliza o isolamento social, São Paulo contabilizou sua maior alta também nos novos casos em 24 horas: foram 6.999 de ontem (1) para hoje. Também registraram suas maiores altas os estados de Pará (3.161 novos diagnósticos), Bahia (2.532), Espírito Santo (1.082), Piauí (387), Paraná (328) e Goiás (471).

O Sudeste ainda é a região com mais diagnósticos de covid-19, somando sozinha mais de 200 mil casos e, desta forma, correspondendo a 36% do total registrado no Brasil. Em seguida, aparece o Nordeste, com 194,3 mil casos (35%), e então Norte (115 mil, 20,8%), Sul (24,7 mil, 4,6%) e Centro-Oeste (19,9 mil, 3,6%).

A região Sudeste também é a que registra mais mortes: 14.633 e quase 47% do total contabilizado no Brasil inteiro.

Essa proporção tem caído aos poucos desde o começo do mês porque é no Nordeste onde os óbitos oficiais aumentam com maior velocidade: cresceram 30% somente nos últimos sete dias e hoje chegaram a 9.641. Aparecem em seguida Norte (5,915), Sul (592 mortes) e Centro-Oeste (418 mortes).

Entenda como é feita a contagem da Saúde

A confirmação de óbitos e diagnósticos apresentada pelo governo entre um dia e outro não necessariamente ocorreu nas últimas 24 horas. O Ministério da Saúde explica que a fila de testes provoca atrasos nos registros feitos pelas secretarias.

Com isso, muitas das ocorrências podem ser de outras datas. O UOL já identificou atrasos de mais de 50 dias para a oficialização de mortes.

Bolsonaro lamenta, mas cita "destino"

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) lamentou, na manhã de hoje, quando o Brasil ainda registrava quase 30 mil óbitos por conta do novo coronavírus, mas apontou que a morte é o 'destino de todo mundo'.

A fala aconteceu após uma apoiadora pedir, na saída do Palácio da Alvorada, que Bolsonaro enviasse uma mensagem de conforto para as famílias em luto em consequência da pandemia. "A gente lamenta todos os mortos, mas é o destino de todo mundo", disse o presidente.

1 milhão de casos ainda em junho

O Brasil deve chegar a 1 milhão de casos do novo coronavírus em pouco mais de duas semanas, indica uma plataforma estatística da UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul).

Com os atuais dados oficiais de novos casos, a projeção do Instituto de Informática da universidade gaúcha diz que a marca de 1 milhão de pessoas com a covid-19 deve ser atingida em 20 de junho. Na ocasião, o país também já deverá chegar perto das 50 mil mortes, segundo o cálculo.

O país ultrapassou a marca de 500 mil casos no último domingo (31), pouco mais de três meses depois da primeira notificação de covid-19 no Brasil. Agora, temos a perspectiva de somar a mesma quantidade em 20 dias.