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Falta grave, diz secretário de Saúde de SP sobre demora a vacinar crianças

O secretário de Saúde de São Paulo, Jean Gorinchteyn - Sergio Andrade/Governo de São Paulo
O secretário de Saúde de São Paulo, Jean Gorinchteyn Imagem: Sergio Andrade/Governo de São Paulo

Do UOL, em São Paulo

18/12/2021 23h11

O secretário de Saúde do Estado de São Paulo, Jean Gorinchteyn, disse hoje que a demora para iniciar a vacinação de crianças é uma "falta técnica grave". A fala critica a decisão do Ministério da Saúde de adiar a resposta sobre a imunização do público infantil de 5 a 11 anos para janeiro.

Gorinchteyn ressaltou que a imunização desse grupo foi bem recebida por especialistas e sociedades médicas, que reconhecem a importância da proteção para crianças.

"Eu não sei quem seria um técnico melhor que essas sociedades, compostas por centenas, milhares de técnicos que já se colocaram a favor. Isso é simplesmente uma falta de responsabilidade, civilidade, e pior, uma falta técnica grave de um gestor para nossa saúde pública", disse, em entrevista à CNN Brasil.

A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) autorizou a inclusão deste grupo no calendário vacinal na última quinta-feira (15). Mas ainda não há previsão para o início da campanha para o público infantil.

O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, disse que a pasta fará uma audiência pública em 4 de janeiro de 2022 para discutir a imunização das crianças. O resultado da decisão será divulgado no dia 5.

"No dia 22 de dezembro, a CTAI [Câmara Técnica Assessora de Imunização Covid-19] vai oferecer suas opiniões, seu documento técnico, e a secretária [extraordinária de enfrentamento à Covid] Rosana Leite de Melo vai colocar esse documento para apreciação em uma consulta pública com toda a sociedade brasileira. No dia 4 de janeiro, faremos uma audiência pública aqui no Ministério da Saúde", explicou Queiroga durante coletiva.

STF dá 48 horas para inclusão de crianças no PNI

Ontem, o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Ricardo Lewandowski deu um prazo de 48 horas para que o governo federal apresente a complementação do PNI para incluir as crianças, com detalhes sobre o início e o fim da campanha de vacinação.

O cronograma deve viabilizar "a cobertura vacinal adequada de toda a população infantil antes da retomada das aulas, bem como a previsão de um dia nacional (Dia D) para vacinação, ou mesmo a designação de possíveis datas para a realização de grandes mutirões de incentivo e vacinação".

A decisão atende a uma ação movida pelo PT, que citou a posição favorável da Anvisa à vacinação de crianças contra a covid-19, anunciada na última quinta-feira (16).